Um interessante «post» de Pedro Marques Lopes, publicado n' O Acidental, sobre a direita partidária portuguesa e o provável ressurgimento de Paulo Portas na liderança do CDS, termina com a afirmação de que «não pode ser Portas a fazer renascer a Direita porque a Direita dele já morreu».
Embora com muitas reservas, eu poderia até concordar com o sentido da conclusão, se soubesse que direita imputa o autor a Paulo Portas. Será a direita liberal dos tempos do velho Semanário, da apologia de Michael Novak e do liberalismo conservador anglo-saxónico, ou a direita democrata-cristã e keynesiana do Congresso de Braga? Será a direita anti-sistémica dos tempos do Independente e da épica conferência de imprensa contra o aparelhismo do CDS (que não tinha emenda), ou será a direita da «Jota» e do caciquismo partidário? Será a direita da «justiça social», do discurso dos pobrezinhos, dos pensionistas e reformados, ou será também a direita da classe média explorada pelo Estado? Será a direita que quer desenvolver a economia nacional sustentada na iniciativa privada, na livre-empresa e no mercado aberto, ou será a direita do estatismo e dos ataques à classe média? Será a direita europeia, desprovida de fronteiras e barreiras comerciais, ou será a direita das nações, a direita patrioteira de de Gaulle e do hino nacional ao pequeno-almoço? Será a direita da descentralização, das privatizações, da desburocratização, ou será a direita do tachismo, do despesismo, das empresas públicas e dos lugares públicos para os amigos e para as clientelas partidárias?
Diga-se, em abono da verdade, que Paulo Portas é, por enquanto, na direita portuguesa, a única personagem com carisma, inteligência e dimensão mediática para a projectar no futuro próximo. Que quer voltar, não restam dúvidas. E afirmou, ainda há pouco na SIC-Notícias, que pretende contribuir para a definição de uma «cultura política de direita» que se coadune com a sensibilidade da sociedade que quer servir como político. Convém, então, que desta vez não se volte a enganar e que diga, em tempo útil, ao que vem, com quem vem e o que efectivamente quer.
Embora com muitas reservas, eu poderia até concordar com o sentido da conclusão, se soubesse que direita imputa o autor a Paulo Portas. Será a direita liberal dos tempos do velho Semanário, da apologia de Michael Novak e do liberalismo conservador anglo-saxónico, ou a direita democrata-cristã e keynesiana do Congresso de Braga? Será a direita anti-sistémica dos tempos do Independente e da épica conferência de imprensa contra o aparelhismo do CDS (que não tinha emenda), ou será a direita da «Jota» e do caciquismo partidário? Será a direita da «justiça social», do discurso dos pobrezinhos, dos pensionistas e reformados, ou será também a direita da classe média explorada pelo Estado? Será a direita que quer desenvolver a economia nacional sustentada na iniciativa privada, na livre-empresa e no mercado aberto, ou será a direita do estatismo e dos ataques à classe média? Será a direita europeia, desprovida de fronteiras e barreiras comerciais, ou será a direita das nações, a direita patrioteira de de Gaulle e do hino nacional ao pequeno-almoço? Será a direita da descentralização, das privatizações, da desburocratização, ou será a direita do tachismo, do despesismo, das empresas públicas e dos lugares públicos para os amigos e para as clientelas partidárias?
Diga-se, em abono da verdade, que Paulo Portas é, por enquanto, na direita portuguesa, a única personagem com carisma, inteligência e dimensão mediática para a projectar no futuro próximo. Que quer voltar, não restam dúvidas. E afirmou, ainda há pouco na SIC-Notícias, que pretende contribuir para a definição de uma «cultura política de direita» que se coadune com a sensibilidade da sociedade que quer servir como político. Convém, então, que desta vez não se volte a enganar e que diga, em tempo útil, ao que vem, com quem vem e o que efectivamente quer.