4.9.06

Breve intermitência num silêncio

A posta do Rui "O Manifesto" é tão ou mais importante que o objecto que examina (tal como, aliás, a sua análise à possibilidade aventada por Ferraz da Costa [nota 1]). O Rui decompõe os pressupostos, as teses e os objectivos d' Um Manifesto da Direita em Portugal. Demonstra os seus equívocos recorrentes, sobretudo o défice de inovação na reconstrução nas bases ideológicas de uma direita que se pretende vagamente actualizada - a comparação deste "Manifesto" de 2006 com o discurso de Salazar de 1933 é cruel mas irrespondível.
Certamente que JPP tem toda a razão quando refere que «Se não fosse Monteiro o autor, mas sim Portas, o documento teria certamente outro tratamento e seria saudado de outra maneira, em vez de ocultado». Claro que sim. Existiriam "Editoriais" a saudar a "renovação", a "originalidade" das propostas e já estariam na forja pomposos debates televisivos sobre a questão. Só que saber isso não basta.
Persistem os arcaísmos , os dogmas estafados a que a direita portuguesa ainda se agarra com tanta ternura. E as cansativas querelas de sempre, em que todos, quase sem excepção, perdemos energias e propósitos.