Não sei muito acerca de Pinto Monteiro. Apenas desejo que tenha uma prestação uns furos bastante acima da do seu lamentável antecessor. E sei que não estou a pedir muito.
Claro que Pinto Monteiro - ou outro qualquer no seu lugar - nunca poderia ser a ruptura essencial que o sistema judicial português necessita. A solução, a final, terá de passar por um novo paradigma constitucional na Justiça, a redefinição completa do Ministério Público, designadamente com a separação higiénica da magistratura judicial e o repensar das suas competências legais no âmbito da investigação criminal. Entre muitas outras coisas.
Mas Pinto Monteiro pode fazer a diferença, apesar de tudo. Se conseguir pôr aquela casa na ordem. Se a corporação a que agora preside deixar de dar a imagem pública de ter o freio preso nos dentes e a escoucear para todos os lados sobretudo para si mesma. O que já não é pouco.
Uma dúvida blogosférica surge-me, antes do mais: agora que Souto Moura se prepara para regressar ao lugar de onde nunca devia ter saído, o que vai fazer aquele-blogue-cujo-objecto-quase-solitário-era-defendê-lo-contra
-tudo-e-contra-todos-nomeadamente-contra-a-mais-elementar-razão? Vai continuar? Vai mudar de nome? Ou aproveitar a coincidência deste último para fazer a apologia de quem chegou ao poder?
