É por isso que o sentimento anti-religioso deve ser hoje combatido em Portugal. Quando o sistema de justiça deixa de funcionar ou passa a ser utilizado para perseguir os cidadãos, em lugar de os proteger; quando um homem é abusado pelos seus semelhantes e não tem possibilidade de se defender, menos ainda de obter reparação; quando o Estado - que devia dar o exemplo do cumprimento da legalidade - se arroga a prerrogativa de invadir a esfera privada dos cidadãos nos seus mais ínfimos detalhes - e cometer sobre eles todos os abusos que lhe ocorram -, sem que eles se possam defender ou exigir responsabilidades; quando, enfim, os homens perderam a confiança na justiça dos homens, que fazer?
Onde vão os cidadãos buscar o argumento moral, a força interior, o sentimento da razão, a fé inabalável que a justiça, um dia, acabará por prevalecer? A resposta é aquela que sempre foi: a'O Livro.