Reprodução do meu comentário a esta posta de Pedro Arroja:###
«Diz o PA que «desde que conheço o Blasfémias, em nenhum dia, como hoje, ele se pareceu tanto com a igreja - e com a igreja católica.»
Uma afirmação, sem sombra de dúvida, plenamente blasfema.
De seguida, indica os factores que supostamente poderiam ser comparáveis: a capacidade para, sob diversas formas, lidar com a dissidência. Uma delas seria o facto de «abrir as portas a toda a gente, mesmo aos seus mais viscerais inimigos, e aceitar dialogar» com qualquer tipo de pessoa.
Tal situação desacreditaria os seus adversários: «Abrindo as portas a todos os interessados e dando liberdade de pensamento e de expressão às duas partes em confronto (...) e fazendo geralmente prova de uma paciência sem limites até que todos os argumentos tenham sido apresentados de um e de outro lado da questão» deixaria os seus adversários numa posição muito dificil, pois que estando ambas as partes com toda a informação, a incapacidade de escolha do lado «certo» só poderia ser um problema dos seus adversários.
Ou seja, PA faz uma analogia entre aquilo que entende como uma realidade vivida pela ICAR e a atitude que nós, os blasfemos, supostamente teríamos face a quem connosco discute e disputa, nomeadamente os postadores de comentários.
Pelo menos é esta a interpretação que faço do que PA diz, a partir da frase acima indicada e que constituiria a chave da posta. Ou seja, ao contrário do que se tem geralmente [aqui] comentado, a posta de PA não é sobre a ICAR mas sobre o próprio blasfémias.
Devo confessar que não partilho de tal analogia.
Em primeiro lugar, é duvidoso que a ICAR tenha a atitude apontada. Não apenas porque desde o seu início muitas dissidências foram prontamente excluídas, activa ou passivamente, quer porque a capacidade de diálogo interna esbarra estruturalmente e, (passe a redundância) com formas estruturais de vida interna em que o diálogo não apenas não é incentivado como expressamente condenado. Por fim, dá-se a ideia da existência de como que uma estratégia, a qual, obviamente, não poderia ser involuntária, mas pretendida.
Ora, sucede que a meu ver tal paralelismo com o blasfémias não tem fundamento.
Em primeiro lugar, nem sempre discutimos com toda a gente, seja porque não há tempo, seja porque (com médias de 200 a 300 comentários por dia), não é humanamente possível ir a «todas», seja porque as questões levantadas são irrelevantes ou sem interesse, seja ainda, (e finalmente), porque simplesmente não estamos para aí virados. Não se deve menosprezar o facto de esta actividade (escrever postas e entrar em disputas), ser de puro gozo e totalmente livre de compromissos, pelo que a entrada em discussão com alguém sempre dependerá da disposição momentânea de cada um, não advindo de nenhuma obrigação.
Posto isto, é certo que no Blasfémias participa nos comentários quem quer, e aí sim, poder-se-á dizer que somos «abertos». Também será verdade que somos «pacientes», isto é, não é habitual respondermos à letra a quem insulta ou provoca, e que certas discussões, quando animadas, se prolongam até à exaustão.
Mas resultando tais características efectivamente de um processo natural, em nada se poderão comparar com eventuais semelhanças com a ICAR, por nesta serem ausentes.
A meu ver, poderão os leitores ficar descansados: o blasfémias não se parece, nem de perto, nem de longe, com a ICAR.
«Diz o PA que «desde que conheço o Blasfémias, em nenhum dia, como hoje, ele se pareceu tanto com a igreja - e com a igreja católica.»
Uma afirmação, sem sombra de dúvida, plenamente blasfema.
De seguida, indica os factores que supostamente poderiam ser comparáveis: a capacidade para, sob diversas formas, lidar com a dissidência. Uma delas seria o facto de «abrir as portas a toda a gente, mesmo aos seus mais viscerais inimigos, e aceitar dialogar» com qualquer tipo de pessoa.
Tal situação desacreditaria os seus adversários: «Abrindo as portas a todos os interessados e dando liberdade de pensamento e de expressão às duas partes em confronto (...) e fazendo geralmente prova de uma paciência sem limites até que todos os argumentos tenham sido apresentados de um e de outro lado da questão» deixaria os seus adversários numa posição muito dificil, pois que estando ambas as partes com toda a informação, a incapacidade de escolha do lado «certo» só poderia ser um problema dos seus adversários.
Ou seja, PA faz uma analogia entre aquilo que entende como uma realidade vivida pela ICAR e a atitude que nós, os blasfemos, supostamente teríamos face a quem connosco discute e disputa, nomeadamente os postadores de comentários.
Pelo menos é esta a interpretação que faço do que PA diz, a partir da frase acima indicada e que constituiria a chave da posta. Ou seja, ao contrário do que se tem geralmente [aqui] comentado, a posta de PA não é sobre a ICAR mas sobre o próprio blasfémias.
Devo confessar que não partilho de tal analogia.
Em primeiro lugar, é duvidoso que a ICAR tenha a atitude apontada. Não apenas porque desde o seu início muitas dissidências foram prontamente excluídas, activa ou passivamente, quer porque a capacidade de diálogo interna esbarra estruturalmente e, (passe a redundância) com formas estruturais de vida interna em que o diálogo não apenas não é incentivado como expressamente condenado. Por fim, dá-se a ideia da existência de como que uma estratégia, a qual, obviamente, não poderia ser involuntária, mas pretendida.
Ora, sucede que a meu ver tal paralelismo com o blasfémias não tem fundamento.
Em primeiro lugar, nem sempre discutimos com toda a gente, seja porque não há tempo, seja porque (com médias de 200 a 300 comentários por dia), não é humanamente possível ir a «todas», seja porque as questões levantadas são irrelevantes ou sem interesse, seja ainda, (e finalmente), porque simplesmente não estamos para aí virados. Não se deve menosprezar o facto de esta actividade (escrever postas e entrar em disputas), ser de puro gozo e totalmente livre de compromissos, pelo que a entrada em discussão com alguém sempre dependerá da disposição momentânea de cada um, não advindo de nenhuma obrigação.
Posto isto, é certo que no Blasfémias participa nos comentários quem quer, e aí sim, poder-se-á dizer que somos «abertos». Também será verdade que somos «pacientes», isto é, não é habitual respondermos à letra a quem insulta ou provoca, e que certas discussões, quando animadas, se prolongam até à exaustão.
Mas resultando tais características efectivamente de um processo natural, em nada se poderão comparar com eventuais semelhanças com a ICAR, por nesta serem ausentes.
A meu ver, poderão os leitores ficar descansados: o blasfémias não se parece, nem de perto, nem de longe, com a ICAR.