8.8.07

A TAP é uma vergonha (3)

Há um rol de comentários asininos a estas postas do CAA, minimizando ou até justificando o serviço miserável da TAP em função da raiva clubista face à vítima em causa, a equipa do FCP. Ora, há uma vantagem em o FCP ter sido “contemplado” com os “mimos” da TAP, do qual podem futuramente beneficiar todos os seus passageiros: ter mediatizado uma situação que é mais do que recorrente na nossa malfadada “companhia de bandeira”, coisa fora do alcance e da coragem do cidadão comum que assume geralmente a postura fatalista do “come e cala”, como o CAA bem retrata nesta posta. Esta (má) publicidade sobre a empresa pode transformar-se numa pressão da opinião pública que a faça inverter a degradação do seu nível de serviço, muito embora eu não esteja muito crente que tal aconteça numa empresa pública.###
Significativo este comentário em que um nosso leitor e, pelos vistos, também vítima da “nossa” transportadora, caracteriza muito apropriadamente a TAP como uma Low Service:
(…) This was only brought to the general attention of the public because the twice European Football champion team of FC Porto was on the flight (and if a state-owned company treats an unofficial embassador of the country in this way, you can only imagine the fate of an anonymous passenger).TAP Air Portugal is unworthy of Star Alliance. They should probably create a new "Alliance" of their own, along with other like-minded "Low Service" (as opposed to "Low Cost") carriers - if they can find any, that is. (…)
Não relevam naturalmente para o juízo que se faça de uma dada empresa as nossas experiências pessoais – cada qual terá boas e (ou) más – mas dados estatísticos comparativos de períodos relativamente longos. E analisados estes, a TAP decididamente não se recomenda. Estão
aqui disponíveis dados desde 2003 relativos a extravios de bagagens e a pontualidade e verifica-se que a posição da TAP se vem degradando, “lutando agressivamente” nos últimos tempos pelos 3 lugares da cauda.

Algumas grandes companhias, designadamente a British Airways, a Lufthansa e a Air France também apresentam com alguma regularidade indicadores medíocres, mas os seus dados devem ser lidos em conjugação com factores exógenos – timeline of events – que afectam frequentemente os aeroportos em que têm os seus centros de operações, por sinal os maiores hubs europeus: rupturas nos sistemas de transporte de bagagens (muito frequentes em Heathrow), alertas de ataques terroristas, tempestades ou deficientes condições meteorológicas, greves, etc. Refira-se que os efeitos da meteorologia podem ser locais ou “importados”: atrasos motivados pelo mau tempo em aeroportos americanos ou asiáticos, têm geralmente repercussões nos hubs europeus.

Ora, a TAP não tem estes atenuantes para a sua péssima performance (pelo menos em frequência comparável), nem a Portela está sujeita aos efeitos de propagação próprios de um grande hub. O problema é pois de gestão e défice de uma atitude Client oriented. Nada que não se resolva com uma privatização, concorrência entre aeroportos e abertura do mercado a qualquer companhia aérea.