31.8.07

Um dia ali pelos lados do nordeste da Helvécia

Salvo erro, era 12 de Julho. Durante a Gymnaestrada.


Escultura de Botero em Vaduz. A cidade até é pequenita mas tem mais arte urbana do que Lisboa e Porto juntas e não tem carros mal estacionados.###


A igreja de Vaduz vista por um outro prisma.



A cow parade (vacas paradas) está por todo o lado. Até no minúsculo Liechenstein arranjaram espaço para as bichas.


Casas em Appenzell na Suiça. Appenzell é conhecida por ser um dos últimos cantões onde se exerce uma espécie de democracia directa. As Landsgemeinden são como RGAs e ocorrem sempre no último Domingo de Abril. Todos os cidadãos com mais de 20 anos são obrigados a comparecer e a votar. As mulheres é que têm de penar um pouco, podem ser desqualificadas e proibidas de exercer o seu dever cívico. É assim, nos países desenvolvidos.

A cidade é muito gira. Podem ver mais umas fotos aqui.


Catedral de Appenzell. Bem, talvez não seja a catedral de Appenzell. Baptizei-a assim depois de sair de lá um portuga com uma camisola do Benfica e com a barriga do tamanho duma catedral.


Local Beer. Não é má, mas não a servem muito fria.

Novas tecnologias

link

E para quando uma versão portuguesa?

Impostômetro

(via Origem das Espécies)

Com uma polícia assim... *

Quem se aventurar na noite do Porto arrisca-se a ser maltratado por um segurança qualquer sem perceber porquê; pode contar com a total indiferença das autoridades caso tenha a candura de apresentar queixa; e, com alto grau de probabilidade, a diligência das forças policiais ser-lhe-á ampla e exclusivamente exibida através de uma multa no caso de ter estacionado o seu automóvel de forma menos ortodoxa.
Todos os sinais estavam presentes desde há muito – grupos profissionalizados de facínoras, fortunas inexplicáveis que nascem da noite para o dia (literalmente), claques de futebol e, principalmente, a inenarrável apatia policial. Mesmo após 4 mortes a tiro em menos de 2 meses, o Comissário Rui Mendes desvaloriza: são crimes “específicos” que não afectam pessoas fora do meio. O casal ferido na noite de 7 de Julho talvez não concorde. O mais elementar bom senso também não.

* Publicado no Correio da Manhã.

FARC na festa do Avante




«Na edição de ontem do jornal Avante!, órgão oficial do PCP, eram avançadas os partidos e organizações estrangeiras que já tinham presença assegurada na Festa do Avante deste ano. E, mesmo depois da polémica do ano passado, com o PC colombiano com um stand onde tinha várias referências às FARC, o PCP decidiu repetir a dose. Nesse texto dizia-se os convites para a festa se baseavam na "política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência". Sobre as FARC, reiterava "a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra - como organização terrorista"

Os riscos dos transgénicos (Making Of) II

A polémica sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) é essencialmente um problema sobre a gestão de risco numa sociedade complexa para a qual as peculiaridades de cada OGM são praticamente irrelevantes. Tudo o que temos que saber é que tanto as sociedades humanas como o funcionamento do genoma de um ser vivo, como o os sistemas ecológicos são sistemas complexos cuja previsibilidade está para além das possibilidades da Ciência. Nós não temos capacidade para antecipar os riscos de sistemas que não temos capacidade para prever.

Os riscos dos transgénicos (Making Of)

Os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) colocam problemas de gestão de risco numa sociedade complexa. Entre os riscos dos OGMs há que distinguir os riscos que cada indivíduo incorre voluntariamente dos riscos que lhe são impostos. As pessoas que comem OGMs não são obrigadas a faze-lo. Existe, em alternativa, toda uma pequena indústria de comida dita saudável livre de OGMs. Se entendemos que as pessoas estão suficientemente informadas para votar em quem deve governar o país, então também temos que aceitar que elas estão suficientemente informadas para escolher o que comem. No caso da comida, o risco é pessoal e cada um é o melhor juiz dos seus riscos. Aqueles que gostam de ser paternalizados discordam desta posição, mas nada os impede de se submeterem aos critérios de terceiros. Os que não faltam são igrejas e associações cívicas cuja missão é sujeitar os seus membros a algum tipo de paternalismo.

Energia ecológica justifica destruição de vale natural

EDP anuncia hoje construção da barragem fundamental para energia eólica

Razões para destruir um vale natural (um dos últimos do país):

1. Porque as gravuras do Coa não sabem nadar;

2. Porque as eólicas (energia renovável e limpa) precisam de reservatórios próximos para armazenar energia;

3. Porque é melhor fazer barragens que queimar petróleo.

4. Porque as organizações ecologistas se descredibilizaram tanto que agora ninguém as leva a sério (ver o Pedro e o Lobo)

Destruir um vale natural é salvar o planeta do aquecimento global.

Se Paulo Portas ainda fosse ministro...




... intercederia junto de Nossa Senhora - de quem é íntimo, como sabemos - para que a praga de ratos espanhóis não atingisse as nossas fronteiras.
Só espero que no actual Governo exista alguém com amigos tão bem colocados.

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Publicar escutas judiciais vai poder dar pena de prisão até um ano. E para tal nem é preciso que a escutas estejam em segredo de justiça - o que, por norma, criminaliza a publicação de qualquer peça processual ou diligência. Podem até constar em processos judiciais já públicos, como os que estão em julgamento. Para que o jornalista arrisque prisão basta apenas que os "intervenientes" nas escutas não autorizem "expressamente" a sua publicação. A norma consta, preto no branco, no novo Código de Processo Penal, anteontem publicado no Diário da República . A previsão de "pena de desobediência simples" implica, segundo o Código Penal em vigor, uma pena de um ano de prisão ou multa até 120 dias. O novo código foi aprovado no Parlamento, com os votos favoráveis do PS e PDS, a abstenção do CDS-PP e os votos contra do PCP, Bloco e PEV. A norma que agora está publicada transcreve na íntegra a que constava no projecto de novo Código de Processo Penal apresentado pelo Governo no Parlamento. No preâmbulo dessa proposta, o Governo explicava-se. A proibição de publicar escutas, fora do segredo de justiça, sem autorização dos "intervenientes", representaria uma "homenagem ao direito à palavra", visando também "impedir a devassa".

http://dn.sapo.pt/

30.8.07

A entrevista do Gualter..... (posta actualizada)



Nota: retirou-se o link anterior, demasiado pesado, para esta versão mais friendly...

Sorte

Manchester United, Roma e Dínamo de Kiev. Tá no papo.

Prossegue o debate

Há ser conservador e conservador, por André Abrantes do Amaral, n'O Insurgente.

Gostei muito

Ontem à noite no programa Forum do País, da RTP-N, deu-se um debate sobre os alimentos transgénicos. Estava uma professora de Biologia Molecular e Genética, Margarida Oliveira, uma senhora do movimento 'Transgénicos Fora', o presidente da Quercus e uma técnica do ministério da agricultura. A senhora do ministério cumpriu bem o seu papel. Os dois elementos das seitas disseram e fizeram o que era esperado - a mesma cassete não renovada, conservadora e populista, sempre a agitar medos e espantalhos. A grande revelação foi a Professora Margarida Oliveira que desbaratou sistematicamente os argumentos daqueles dois. Não apenas no plano científico - onde arrasou - mas também na descodificação das suas motivações políticas e económicas. Chegou até a ser constrangedor o momento em que o presidente da Quercus, alegando que era doutorado na questão, quis esgrimir razões com Margarida Oliveira: percebeu-se quem anda ali a fazer política e quem estuda ciência. Alguém que se deve ter em conta nos futuros debates que se queiram sérios acerca desta matéria.
Estejam atentos às repetições deste programa que se irão seguir nos próximos dias.

O Gualter já tem um blogue!

O mais famoso desobediente civil verdeufémio anda por aí.

Era o melhor do Mundo *

Há anos fui com os meus alunos a uma conferência sobre Processo Penal. Aí, algumas figuras da área fizeram um indigesto exercício de adulação ao Código em vigor – "é tido como o melhor do mundo", asseguraram. E eu, que conhecia bem o contrário, limitei-me a baixar os olhos, constrangido.
Depois vieram os processos mediáticos, sobretudo o da Casa Pia, e a indigência do nosso processo penal ficou à vista de todos. "Não se pode alterar a lei a reboque de um processo ainda pendente", passaram a dizer os mesmos de sempre. Mas fizeram-no: ontem foi publicada uma lei com muitas dezenas de alterações ao Código. E as mudanças centram-se em quase tudo que eram as críticas mais mediáticas. Só que, no nosso modo português de fazer as coisas, resistimos em dizer que o Rei vai nu. Não ousamos fazer coisa nova – pusemos-lhe uma tanguinha mas ainda estão demasiadas vergonhas ao léu.

* Publicado no Correio da Manhã.

Sobre a noite do Porto

Ler o Intervenção Maia.

Via Rápida II

Dá-me a ideia que uma «avenida» com «uma largura (37 metros), suficiente para acolher quatro faixas de rodagem, um corredor para transportes públicos, ciclovia e passeios com uma dimensão capaz de permitir a vivência urbana e a circulação pedonal.» não é bem uma avenida urbana. Pode ser uma Via Rápida, um IC, um IP, uma A50. Uma artéria urbana é que não.
Parece-me do senso comum que tal via cortará toda aquela zona da cidade em duas partes, pois que 37 metros de lado a lado, com faixa na meio, não será propriamente a forma preferida para a «circulação pedonal», aquela que é habitual produzir-se nas zonas urbanas e de vizinhança. Aliás, na cidade já temos uma via exactamente com aquele perfil: a Via Rápida (hoje denominada «Via AIP»).
E o que sucede? Todo e qualquer atravessamento apenas se consegue nas rotundas existentes nas pontas da via; peões nem vê-los; é uma via destinada apenas à circulação rodoviária.
Porquê cortar abruptamente todos os fluxos naturais /(pedonais/residenciais/de vizinhança) da parte superior (rua do Castro, rua do Molhe) em direcção ao mar? E para quê fazer um IP no meio daquela zona urbana?
Não seria bem mais razoável fazer uma avenida urbana residencial do género das que já existem na zona?
Como se não bastasse, os planeadores públicos apenas fazem a coisa por meio: não se apresenta, nem consta que seja para breve, qualquer proposta para o remate final da nova avenida, pelo que a mesma desaguaria em plena Avenida da Boavista. Imagine-se a confusão.
Ainda se está a tempo de refazer tão grande disparate.

Origens da agricultura biológica

Rudolf Steiner é um dos precursores da agricultura biológica através do seu movimento de Agricultura Biodinâmica. A Agricultura Biodinâmica é uma espécie de homeopatia do meio agricola. Steiner diz que ser deve ter bastante cuidado com os ciclos astrológicos e recomenda um conjunto de preparados para aplicar à terra:

O preparado 500 é feito com esterco de vaca enterrado por seis meses, durante o inverno, num chifre de vaca também. É uma homeopatia aplicada na terra, diluído em 60 litros de água, para desenvolver a estruturação do solo, a capacidade de retenção de água, de nutrientes, circulação de ar e favorecer o desenvolvimento das raízes. O preparado 501 é o cristal de quartzo finamente moído que fica enterrado dentro de um chifre de vaca (não pode ser de boi) durante o verão e depois é colocado num vidro transparente para ser exposto ao sol.

Steiner é também o fundador de uma espécie de religião científica chamada Antroposofia.

De acordo com o que se pode ler nesta página a Quercus parece ter uma posição bastante favorável a esta charlatanice agricultura alternativa:
Hoje em dia existem empresas de certificação de agricultura biodinâmica, embora em menor número que de agricultura biológica, e a agricultura biodinâmica começa a ser aceite nos circulos académicos e científicos.


Quem se sentir mal com este post pode sempre recorrer à medicina antroposofica, a qual deve ser pelo menos tão eficaz como a homeopatia que em tempos o Bloco de Esquerda quis introduzir no Serviço Nacional de Saúde.

Leis a la carte

A nova lei da imigração também não é para cumprir. Esta lei para não cumprir é, ao que parece, para não cumprir no país todo. As leis que são para não cumprir não podem ser não cumpridas apenas nalguns sítios. Devem ser não cumpridas em todo o lado. A lei do aborto não pode ser só para não cumprir na Madeira. Com a anterior estava tudo bem, porque era para não cumprir em todo o lado. A lei dos financiamento dos partidos também é uma lei para não cumprir desde que todos não cumpram com cuidado. Se há um descuidado a não cumprir sem cuidado, a culpa é do descuidado que ainda lixa a vida aos outros todos que se esmeram para não cumprir com cuidado.

Também é uma vergonha esta história dos radares em Lisboa. Toda a gente sabe que o Código da Estrada é para não cumprir no país todo. A Câmara meteu na cabeça que em Lisboa não se iria não cumprir a lei. Está mal. Ou não há moralidade ou comem todos.

Aos Sábados no DN

PARIDADE

(publicado há duas semanas)

Chinesices



CIBERPOLÍCIAS ou, novamente, um paradoxo chinês! (via abc.es)

29.8.07

Férias

O Presidente da República vetou hoje o terceiro diploma em Agosto e o mês ainda não terminou. No período anterior do seu mandato só havia registo de um outro veto político.

O Pior Postal de Verão

Há coisas fantásticas. Ver aqui.

Alguns exemplares: ###




Gualter TV

Imperdível, mesmo: ver aqui.
(Via 31 da Armada)

A nova eco-religião

Sempre me incomodaram os que exibem certezas absolutas sobre quase todas as componentes da realidade. Explicações totalizadoras para as coisas deste mundo (e do outro) são domínio da fé e não da razão – também por isso não sou religioso.
Nos últimos anos, a ecologia entrou paulatinamente nesses territórios. Transformou-se num sistema de crenças com pretensões a tudo elucidar, munida de acólitos uniformizados e fanatizados. ‘Eles’ possuem sempre a verdade na palma da sua mão direita. ‘Eles’ estão acima da lei. ‘Eles’ julgam que só os seus direitos contam e que as suas verdades são insindicáveis.
Segunda-feira à noite, na SIC-N, Mário Crespo desmontou as ilogicidades que o profeta verde Gualter Baptista quis alardear. Se a polícia se esquece para que serve, se a lei se revela inócua para proteger os direitos dos cidadãos, ainda bem que existem jornalistas assim.

* Publicado no Correio da Manhã

O exemplo de Gandhi

Notícia antiga do Portugal Diário:

Num acampamento destinados aos jovens, o Bloco de Esquerda tem no menu um workshop, no mínimo, original. Chama-se «técnicas de desobidiência civil». A ideia é ensinar aos mais novos o «básico» para poderem estar preparados para o futuro. Sobretudo, para as futuras manifestações que a comunidade estudantil promete para os próximos tempos.

Os jovens do Bloco de Esquerda reúnem-se no próximo mês de Julho. O nome «técnico» deste workshop está incluído num programa «artístico».

José Soeiro do Bloco de Esquerda explicou ao PortugalDiário que esta actividade «consiste basicamente em ensinar as técnicas de desobediência civil». Aprender a fazer «boicotes», «ocupação de espaços públicos», «como se comportar numa manifestação» e «como resistir a uma agressão policial» serão alguns dos temas abordados. E necessários para os dias de contestação que correm.

A desobediência civil é «uma forma de luta utilizada desde o tempo de Ghandi», diz José Soeiro, e recorda que em Portugal tem sido utilizada pelos jovens universitários, nomeadamente «no combate às propinas, quando os estudantes invadiram vários senados nas universidades».


Estamos todos a imaginar o Ghandi a invadir uma reúnião de um Senado porque os meninos não querem pagar propinas.

Já agora, o Ghandi tirou o curso onde?

a força da inércia judiciária

É tradição antiga que as alterações das leis processuais entrem em vigor no dia da "reabertura" dos tribunais após as férias judiciais de Verão, de modo a que os processos iniciados na "nova época" já sejam regulados pela nova lei. Noutros casos, a vigência inicia-se no dia 1 de Janeiro, data oficial da abertura do "ano judicial". Exemplo do primeiro caso é o "novo" código de processo penal, que entra em vigor no próximo dia 15 de Setembro. 15 de Setembro? sim, 15 de Setembro. Mas a "nova época" não começa agora no dia 1? Pois...###

Já agora: merece elogios uma lei publicada há dias (Lei 42/2007, de 24 de Agosto), que manda republicar integralmente as leis modificadas mais do que três vezes (o que é frequente), bem como aquelas que tenham sido alteradas em mais de 20% desde a última republicação. Apesar de esta só entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008, o código de processo penal já beneficia dela (foi republicado integralmente). Na verdade, não havia até agora nenhuma forma (oficial) prática te ter acesso ao texto integral actualizado de muitos textos legais.

Censura (Denúncia) Isto é gravissimo !!!

É com muita pena minha que venho alertar o mundo para um caso gravíssimo de censura. O Bloco de Esquerda não deixa o Gualter Baptista falar. O Bloco de Esquerda está certamente ao serviço da Monsanto. Convidaram o Gualter Baptista para falar de transgénicos e depois desconvidaram-no. E porquê? Por pressão das multinacionais, do capitalismo internacional e dos inimigos do ambiente. Querem impedir que a mensagem do Gualter Baptista chegue ao grande público.

Ver também: Ceifaram-no do programa…

Era o 'melhor do mundo'

... diziam. Depois veio o processo Moderna e Casa Pia e todos puderam ver a realidade da indigência do nosso processo penal.
As alterações, atrasadas e pouco ousadas, já estão aí. Para que os louvaminheiros do costume voltem a dizer que, agora sim, este é que é o melhor Código de Processo Penal do mundo...

Um paradoxo chinês?





Ou talvez não.

O anteprojecto de Lei antitrust Chinesa (3ª versão - acreditem, é disso que se trata e, para quem não sabe chinês, como eu, poderá tomar como verdadeira a informação contida, por exemplo, aqui), vem consagrar alguns institutos interessantes, como, por exemplo, o da proibição de comportamentos limitadores do acesso a novas tecnologias ou equipamentos ou comportamentos que restrinjam o desenvolvimento de novas tecnologias. Suponho que o acesso (ou a sua limitação) à Web poder-se-á enquandrar aqui. ###

Numa época de debate sobre quais os objectivos e funções primordiais do Direito de Defesa da Concorrência (quer nos U.S.A., quer na União Europeia - aqui, sobretudo, na linha da proposta de reforma da proibição dos "abusos de posição dominante" e do respectivo artigo 82º do Tratado), é muito importante observar o resultado desta inovação legislativa chinesa.

Sempre achei que o futuro do modelo capitalista liberal (pelo menos, em termos doutrinais) dependeria, em grande medida, do resultado e do sucesso da institucionalização da economia de mercado na China.

No fundo, os termos para uma possível equação ou discussão - poderá mesmo vir a ser um paradoxo?! - sobre o "caso chinês" poderiam ser "liberdade económica" vs. "liberdade política".

Será possível, sem uma evolução histórica como aquela que se verificou quer nos U.S.A., quer na Europa (se bem que em termos, apesar de tudo, diferentes), alcançar-se uma relativa dissociação entre ambas as referidas liberdades?

Será que a crença (muito sobrevalorizada em certas correntes ou escolas de pensamento liberal) de que a liberdade económica desencadeará quase que mecanicamente a liberdade política, resultará mesmo no "caso chinês"?

O background sociológico e a tradição histórica-social da organização e do exercício do poder será irrelevante (rectius, neutra), relativamente aos resultados que se obterão?
Em que medida o caminho trilhado pelo Estado chinês não corresponde a uma tentativa de construtivismo económico e social...de que até poderá resultar uma (relativa) "ordem liberal" não espontânea?

28.8.07

Tem de se ler

... mesmo que não se concorde com tudo: Porque sou liberal e conservador, por Rui A., no Portugal Contemporâneo.

Frase do dia

«The idea here in Portugal is always to push from both sides: offering and demanding. We give, and at the same time, we hope that the citizen after receiving will tell us, ‘We need more.’ That is the spiral of service that we want to create.»
Anabela Pedroso, Presidente da AMA - Agência para a Modernização Administrativa, citada no estudo 2007 Leadership in Customer Service: Delivering on the Promise (p. 57).
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Duas notas: a autora da frase refere-se à modernização dos serviços públicos na sua relação com os cidadãos, pelo que é nesse contexto que deve ser lida.

O Governo já se congratulou com os resultados do estudo da Accenture, realçando a subida de 3 lugares no ranking, de 19.º para 16.º (em 22 países), parecendo ignorar que no prefácio é realçado o facto de ter havido alterações da metodologia, «that preclude direct year-on-year comparisons».

Fluxos e Stocks

Uma conversa de almoço leva-me a escrever esta nota. Há uns dias atrás, foi notícia:

"As 100 maiores grandes fortunas portuguesas valem 34 mil milhões de euros, o que equivale a 22,1% do Produto Interno Bruto (PIB)" (Jornal de Negócios Online, Exame)

Muitos escreveram ou disseram algo como isto:

"O que faz impressão na lista dos cem mais ricos de Portugal é constatar que as suas fortunas acumuladas representam 22% de toda a riqueza do país." (Miguel Sousa Tavares, Expresso)

O Miguel estava errado. Dando de barato que os números são bons, o que se pode afirmar a partir da notícia é que as fortunas acumuladas dos 100 mais ricos representam 22% da riqueza criada anualmente em Portugal e não de toda a riqueza do país.

Vai uma aposta?

Dentro de algum tempo os cultos ecologistas cometerão "acções de desobediência civil" contra os fornos microondas.
Assim, os ditos 'activistas', na plena posse das suas certezas absolutas feitas de tanta fé, achar-se-ão no direito inalienável de invadir as nossas casas para destruir esses óbvios perigos para a humanidade que até já foram proibidos na saudosa União Soviética, em 1976 - que, como é por todos consabido, era uma nação bastante preocupada com o ambiente, a saúde pública e os direitos das pessoas...
Tudo isso serão acções não-violentas, moralmente irrepreensíveis e em nome do bem público, é claro!

O Mundo Tem Falta de Mais Mapas

E de mais cérebros também. Com mais cérebros talvez o mundo fosse um local melhor para todos vivermos, sul-africanos, iraquianos e asiáticos incluídos. (via)

Os perigos dos transgénicos

Edible vaccine for HIV AIDS

Dr. Shchelkunov's laboratory teamed up with other Russian scientists from both the Novosibirsk Institute of Biological Chemistry and Basic Medicine, and the Siberian Institute of Plant Physiology and Biochemistry in Irkutsk, Russia. A functional vaccine from their work is still to be tested, but as a result of project 2176 the researchers were able to insert into the chromosome of tomato plants a gene from HIV. Furthermore, they were able to show that the corresponding protein product from the HIV gene was expressed in different parts of the transgenic tomato plant including ripe fruit. And, because this is a vaccine based on a single protein from HIV, there is no risk of acquiring an HIV infection from eating the tomato fruit.

27.8.07

Última ameaça?

«Turkish army issues new warning»



Evolução

Aquela ideia de empedrar os Aliados até não era má de todo. Mas tudo empedrado é capaz de ser um exagero. Talvez umas cadeirinhas. E umas árvores. E talvez um bar com esplanada. Ah, e já agora uns bancos de jardim. E uns carros estacionados de vez em quando. Pera lá, e porque é que não metem uns canteiros com flores? Ficava giro ... E já agora, podiam meter calçada portuguesa.

«Um tal de Gualter Baptista......»

O Mário Crespo divertiu-se à brava!
Ele não queria por nada acabar, aquilo estava a dar-lhe gozo.
Belo show!

E nós a vê-los passar.

O menino já faz destas.

Eduardo Prado Coelho *

Figurava-o como o representante de uma geração que julgava o Maio de 68 como o paradigma supremo das utopias a realizar. Como quase todos os que ainda vivem desse tempo, não percebeu o erro que é tentar colocar o Estado ao serviço de uma ideologia – porque o Estado só tem uma e esta é sempre a mesma: a da sua conservação e engrandecimento. Interpretou entre nós aquela geração que se foi acomodando e transformando, pouco a pouco, na réplica perfeita de quase todos os ‘males de poder’ contra os quais tinha jurado lutar. Discordava de quase tudo o que dizia. Misturava a política com a literatura e julgava esta através daquela. Sobretudo, aborrecia-me o seu irremediável ‘francesismo’. Foi o intelectual do regime.
Mas escrevia bem. Muito bem. Durante anos, o seu era o texto que primeiro procurava matinalmente. A seguir, criticava-o. Depois lia-o, relia-o, deliciando-me.

* Publicado no Correio da Manhã.

JC na AG do BCP


Há minutos, um sujeito vestido de "Senhor dos Passos", de cruz de madeira ao lombo, reclamava contra as acções que "o BCP impingiu aos clientes" em 2001 e clamava por Baltazar Garzon, à entrada do edifício da alfândega do Porto.

Tripla Festa no Triplo Salto

Parabéns a Nelson Évora, português nascido na Costa do Marfim e filho de pais cabo-verdianos pela medalha de ouro do triplo-salto no Campeonato de Mundo de Atlestismo, no Japão. Também já era altura do Benfica ganhar qualquer coisa e a comunidade Bahá'í também está deve estar de parabéns.

Nem direita nem esquerda *

Eu, que considero o poder do Estado a maior ameaça à nossa Liberdade, que enjoo (no sentido físico da expressão) o conservadorismo nacional, centralista, irremediavelmente beato e granítico na sua essência, posso ser rotulado dentro dos cânones ligeiros do costume? É muito difícil, esse esforço seria sempre incompleto.
Se me disserem de direita, olho à minha volta e vejo demasiados caturras reaccionários a quem qualquer hipótese de evolução social ou política horroriza à partida. Se me quiserem de esquerda, vejo a adoração profana pelo Estado como resposta para todos os problemas e uma persistente cegueira, feita de fé muito deslocada, perante os sucessivos maus resultados da sua receita estatista.
Esta lógica de falso combate entre ‘socialistas’, ‘direita’, ‘esquerda’ e as acusações mútuas de ‘politicamente correcto’ cada vez mais me aborrece.

* Publicado no Correio da Manhã em 21. VIII. 2007

O Zé Faz Falta (Hic!)

As ideias brotam ao Zé, que já sabe como vai salvar Lisboa. Para já, o Zé propôe à CML criar "uma marca de vinho e de azeite da capital, bem como comercializar as amêijoas e as corvinas do Tejo".

Do Zé espera-se tudo - já o sabíamos especialista em túneis e em tráfego automóvel - mas é grande a surpresa pela rapidez com que o vereador começou a propor soluções para salvar a cidade. Consta que já tinha atacado na contratação de jardineiros (a câmara precisa de umas centenas de novos jardineiros para deixar de gastar dinheiro com as empresas prestadoras de serviços), mas esta nova proposta do Zé é de outro calibre.

Mostra um homem de negócios, o Zé empresário, o visionário que vislumbra nas oliveiras que ornamentam a cidade um azeite fino de baixa acidez e nas videiras da Ajuda o novo néctar que pode animar as noites do Bairro Alto.

Alto da Ajuda Tinto, Azeite Avenidas Novas, Bivalves das Docas e Corvinas Estuário. Product of CE ZÉ.

E como é que António Costa responde a estas fantásticas propostas?

leituras

O F. C. Porto teve alguns deslizes, inteiramente justificáveis por parte de alguns dos jogadores que estiveram em contacto com Scolari; o clube deve ponderar seriamente a hipótese de os colocar em quarentena rápida, para desinfestação de mau futebol a fim de egressarem ao seu rendimento normal com mais brevidade. (FJV, no Jornal de Notícias)

Lisboa, 2005

«Unas treinta personas se manifestaron hoy ante la Embajada de España en Lisboa para dar su apoyo a la ilegalizada Batasuna y para protestar por la imposibilidad de participar en las próximas elecciones autonómicas en el País Vasco.
No obstante, en la manifestación, organizada por la Asociación de Solidaridad con Euskalerria (ASE), no participó ninguno de los miembros de Batasuna que están realizando una visita de cinco días a la capital lusa para reunirse con diferentes personalidades y asociaciones.
El portavoz de ASE, Miguel Casanova, explicó que la ausencia de Joseba Alvarez y José Luis Elkorro se debió a que estaban reunidos con una asociación de defensa de los derechos humanos y con el partido Bloco de Esquerda (BE).
Fuentes de este partido confirmaron a Europa Press que en este encuentro los representantes de Batasuna les hicieron llegar "la información sobre un plan de paz que quieren desarrollar", y que el BE ha escuchado, igual que hizo "estos días el ex presidente de la República Mario Soares y el Partido Comunista".
Miguel Casanova explicó que esta manifestación estaba prevista mucho antes de que se organizase la visita de Batasuna, ya que hoy también se realizan protestas semejantes en otros países de Europa como Francia, Bélgica u Holanda.
Los manifestantes, acompañados de cerca por más de diez policías, enarbolaban siete banderas de Euskadi y dos de Euskalerria, ante una pancarta en la que se podía leer, "País Vasco, Independencia y Socialismo", con los gritos de "Independencia. Euskalerria".
Además, repartieron su revista con el nombre de "El País Vasco" y un folleto en el que consideraban la imposibilidad de Batasuna de presentarse a las elecciones como "un reflejo del apartheid político y social al que se pretende relegar al pueblo vasco".
En el panfleto se califica la ley antiterrorista de "criminal, que revela la represión a la que están sometidos miles de ciudadanos en Euskadi y demuestra que las 'Cortes de los Borbón' temen la voluntad popular expresa en la elección de sus legítimos representantes".
La nota concluye afirmando que el coraje de Batasuna "solamente es posible cuando se entrega la vida al pueblo, por el pueblo y con el pueblo. Cueste lo que cueste hasta la independencia y el socialismo".
Comunicado da Europa Press disponível em
www.angelfire.com/pq/unica/europa_imperialismo_iberico_e_europeu.htm - 109k -

ETA II

O PONTO TEM NÓ (PÚBLICO 27 DE JUNHO DE 2007)

“Será possível falar da política no País Basco sem dizer que ela é dominada pelo centenário Partido Nacionalista Vasco, de centro-direita, que ocupa o governo da região desde 1980 e que tem ganho sistematicamente todas eleições locais nas últimas décadas?” - pergunta Rui Tavares a propósito da crónica que dediquei à ETA. Pois aí é que está o busílis da questão: a ETA não é um corpo estranho ao mundo nacionalista legal, seja ele de de esquerda ou de direita. Antes pelo contrário a ETA existe e continuará a existir porque o PNV e o mundo nacionalista não a repudiam de facto. Servem-de dela. Às vezes também a servem. ###
Digamos que a relação é semelhante àquela que a mafia estabeleceu no pós II Guerra, em Itália, com alguns partidos. Pegue-se por exemplo na questão da língua. Entenderam os sucessivos governos bascos que havia que tornar o basco a língua daquela comunidade. Os funcionários públicos rapidamente perceberam que ou aprendiam basco ou eram excluídos. O ensino do basco a crianças e sobretudo aos adultos foi concessionado maioritariamente pelo governo autónomo a uma rede de cooperativas que se estruturou como uma forma de financiamento da ETA e como uma excelente cobertura legal para os movimentos de verbas e pessoas. De igual modo quando se investigam as contas do grupo terrorista chega-se invariavelmente à porta de alguns dos grupos financeiros e industriais bascos. E também dos comités anti-droga, anti-nuclear, anti-globalização. Das herriko tabernas, dos centro juvenis, grupos pró-amnistia…
Se se quiser um símbolo da anormalidade da situação basca têmo-lo no acordo feito, em 1997, por um sindicato representativo dos agentes da Ertzaintza, a polícia basca, com a ETA. Esse acordo surgiu após o quarto assassinato pela ETA dum agente policial filiado num sindicato nacionalista. A direcção do sindicato resolveu o assunto deslocando-se a França onde estabeleceu um acordo com a ETA: esta deixava de considerar traidores os membros da Ertzaintza e o sindicato em questão procurava que os seus filiados e os outros agentes da Ertzaintza não se metessem onde não eram chamados.
As histórias e os exemplos podem continuar porque são intermináveis como é interminável qualquer história duma estrutura mafiosa. Mas as questões que o terrorismo da ETA nos suscita são muito mais inquietantes que as marcas das suas próprias bombas. O que pode levar, por exemplo, uma sociedade em plena Europa a premiar os terroristas? E o prémio de facto existe: as votações nos partidos que servem de capa à ETA não descem muito significativamente após a realização dos atentados. Em alguns casos existem mesmo subidas. Por exemplo na localidade de Ordicia o número do votos do Batasuna subiu após um etarra matar com dois tiros Dolores Kataraín quando esta passeava com o filho de três anos. Note-se que Dolores Kataraín não era uma cidadã anónima ou uma agente da polícia. Fora fundadora da ETA e em meados dos anos 80 resolvera abandonar a organização. A direcção da ETA considerou-a um mau exemplo para os jovens e como tal matou-a.
E não é apenas no Páis Basco que este prémio eleitoral acontece. Quando em 2004 se descobriu que o líder catalão Carod Rovira fizera um pacto com a ETA prometendo-lhe apoio às suas reivindicações em troca da promessa da organização terrorista de poupar a Catalunha aos atentados, rebentou uma crise na campanha eleitoral. E não faltou quem vaticinasse o fim da carreira política de Rovira. Na verdade as urnas mostraram que muitos catalães apoiavam a estratégia de Rovira pois a votação no seu partido subiu espectacularmente.
Porque acontece numa sociedade rica e dotada dos mecanismos duma democracia, o terrorismo da ETA parece ainda mais absurdo. Mas não é verdade. Apenas não precisa de máscaras. Nem para quem o pratica. Nem para quem se serve dele. Nem para quem se habituou a viver com ele.

A ETA voltou a ser terrorista?

Tenho acompanhado no PÚBLICO o evoluir dos nacionalismo e do terrorismo em Espanha. Os jornais portugueses são particularmennte fiéis às versões oficiais de Madrid nesta matéria. Sobretudo se em Madrid estiver um governo PSOE. Repare-se que há poucos meses a ETA nem sequer era JÁ DESIGNADA EM pORTUGAL COMO terrorista. Era um movimento independentista. Agora até tem bases algures no Algarve simplesmente porque o ministro Rubalcalba o sugeriu. Note-se que Rubalcalba chamava homens de paz ao mesmo Batasuna que agora diz que não tem autonomia da ETA nem para pedir um café.


ELES NÃO MENTEM NEM SE ENGANAM (25 D JUNHO DE 2007)

Existe um lugar na Europa onde há quem não compre os jornais da sua preferência para que os vizinhos ou o carteiro não possam identificar a sua ideologia. Nesse mesmo lugar os filhos de alguns candidatos a cargos municipais ou governamentais escondem o nome dos pais para não serem perseguidos nas escolas e vexados ou agredidos na rua. Esse lugar é o País Basco espanhol. Um lugar onde não ser nacionalista pode converter num inferno a vida de qualquer um.
Apesar da proximidade geográfica tendemos a ver o fenómeno da ETA como um anacronismo dum bando de desencaminhados, dotados duma estratégia aparentemente errante e errada. Infelizmente isto não é verdade. Aliás se fosse verdade a ETA já não existiria. A ETA não é um grupo de guerrilheiros jovens que perdeu o tino nas herriko tabernas ao escutar histórias de fugas à polícia e ainda não percebeu que vive na desapaixonada UE. Ao contrário do que gostaríamos de acreditar a ETA sabe muito bem o que quer e o que faz. E habitualmente não mente nem se engana. Quem se quis fazer enganado foi Zapatero. E o seu engano começou antes sequer de se ter tornado primeiro-ministro quando deixou que dirigentes do PSOE começassem a negociar com a ETA uma trégua. Negociações estas que iam contra a própria linha do PSOE, que impulsionara o Pacto Anti-Terrorista em que os socialistas espanhóis juntamente com os populares acordavam uma estratégia comum para combater o terrorismo. E continuou a querer enganar-se quando, já primeiro-ministro, deu o seu aval àquilo que a ETA chamou simplesmente cessar-fogo e que ele mesmo começou a chamar processo de paz. Um processo que transformava simultaneamente a terrorista ETA num exército e o PP num grupo de radicais que insistia em falar do pacto Anti-Terrorista, num momento em que oficialmente já não existiam terroristas.
O que aconteceu a seguir foi um acumular de erros: as vítimas foram postas no mesmo plano dos terroristas, a ETA passou a ser designada como grupo independentista, simultaneamente os vidros partidos, as cartas de extorsão e as ameaças que os etarras continuaram a fazer chamavam-se incidentes. Note-se que mesmo quando se deu o atentado de Barajas, Zapatero preferiu falar de acontecimentos trágicos e não de terrorismo. Pouco a pouco tornava-se mais era evidente que o governo espanhol estava pendente das declarações dumas criaturas que às segundas, quartas e sextas são conselheiros culturais do governo basco, professores de euskera ou controladores sindicais e que às terças, quintas e sábados enfiam uns capuzes e filmam-se enquanto prometem não deixar de matar até que se constitua a república de Euskal Herria. Ao Domingo param para ir à missa pois não só são muito devotos como não esquecem que muitos dos padres que lhes dão a hóstia estão disponíveis para os esconder a eles e às armas que nunca entregaram.
Afinal a ETA não existiria sem o apoio ou o silêncio da igreja católica basca e muito menos sem a enorme teia de cumplicidades e chantagens que urdiu com o empresariado e as lideranças políticas dos nacionalistas bascos.
Convém não esquecer isto quer agora neste verão em que a ETA voltou a ser designada como terrorista. Tal como não o deveríamos ter esquecido há alguns meses quando personalidades como Mário Soares eram apresentadas como os mediadores desse processo que se chamou de paz.

EPC

Só hoje soube do falecimento de Eduardo Prado Coelho. Nos últimos anos, mais no meu anterior blogue do que no Blasfémias, foram muitas as vezes que brinquei com os escritos de EPC, que, ao longo de muitos anos, tipificou o grupo dos intitulados "intelectuais de esquerda" cuja característica mais marcante era, para lá das toneladas de cultura que despejavam publicamente por todo o lado, um evidente afastamento da realidade do mundo e total desconhecimento dos mecanismos de funcionamento da economia e de criação de riqueza e bem-estar.

Nos últimos meses, algo se alterou. A figura de Eduardo Prado Coelho criou-me alguma empatia. Assisti a um debate em que participou, bem-disposto e simpático. A par da moderação que acompanhou os últimos tempos de vida, a comparação entre Prado Coelho e outros intelectuais que continuaram a cultivar uma anafada mistura de pretensiosismo com arrogância, foi muito favorável a EPC.

E certamente que há alguma significado no facto da notícia da morte de EPC ter tornado a minha manhã mais triste.

Religiões III



Número de membros da igreja Mormon ao longo do tempo.

Religiões II

Membros do Partido Comunista Chinês - 70 milhões

Número de Cristãos na China - 130 milhões

Religiões

A maior religião da Coreia do Sul é o cristianismo.

Ideias para combater o financiamento ilegal dos partidos

Criar custos políticos a todos os partidos que defendam grandes projectos como a Expo 98, o Euro 2004, a Ota/Alcochete e o TGV. Para que é que pensam que estes projectos servem?

26.8.07

«Pressões»....

Gostaria que alguém tentasse explicar o que na realidade significa a carta a seguir transcrita, enviada pela LPM - Luís Paixão Martins rescindindo contrato com o FCP.
Julgo não ser habitual ver uma empresa rescindir um contrato com um significativo cliente invocando para tal risco de perigo para a «normal actividade» da empresa bem como de contra ela terem sido utilizados «meios públicos e privados»:###
«Pela circunstância de estarmos ligados ao Futebol Clube do Porto por um contrato de prestação de serviços de Conselho em Comunicação e Assessoria Mediática temos sofrido, nas últimas semanas, uma lamentável sucessão de pressões ilegítimas.
Não é este o momento adequado para tornarmos público o conteúdo e a forma dessas pressões, mas queremos deixar claro que nunca, nos 20 anos de actividade da LPM, algo de semelhante tinha ocorrido.
Tememos que a continuação do contrato que nos liga ao FCP possa colocar em risco a normal actividade da LPM em prejuízo dos cerca de 70 colaboradores que empregamos e das cerca de 50 instituições que representamos.
Estas circunstâncias levam-nos a solicitar a rescisão amigável do contrato.
No momento em que o fazemos deixamos claro que nada de menos ético – muito menos ilegal - ocorreu no nosso relacionamento com a vossa instituição e que as pressões que têm sido exercidas sobre a LPM, essas sim, pressupõem uma lamentável falta de seriedade de entidades que deveriam dar o exemplo ao País.
A curta experiência de trabalho com o FCP confirmou, infelizmente, o que tínhamos identificado no diagnóstico inicial: existe uma anormal coligação de interesses que procura impedir a expressão pública da vossa instituição, mesmo quando se trata de situações que poderíamos descrever como de legítima defesa.
Nas últimas semanas, porque ocorreram episódios mediáticos (a maior parte sem qualquer intervenção nem do FCP nem da LPM) que mostram quão frágil é o guião construído por esses interesses, foram sendo utilizados sobre a nossa empresa meios, públicos e privados, que relevam sobremaneira o desespero dessas entidades e a falta de consideração pelos princípios éticos que deviam respeitar.
Neste contexto, estamos certos de que compreenderão melhor do que ninguém esta nossa decisão.»

O que me apetecia dizer *

Não fui eu que tomei as péssimas opções de governação que puseram o País nesta situação. Não fui eu que descontrolei o Orçamento e que fiz as contabilidades criativas.
Não fui eu que desbaratei os fundos comunitários.
Não fui eu que menti reiteradamente anunciando que as coisas estavam a melhorar quando só pioravam, gritando que a ‘retoma’ estava a chegar quando esta nunca vinha.
Não fui eu que asfixiei o país com leis irracionais e afoguei a justiça num labirinto burocrático.
Não fui eu que fiz Sines, a Expo 98, os estádios do Euro 2004, nem fui eu que gastei centenas de milhões de contos a reparar a linha de caminho de ferro Lisboa-Porto para nada, nem serei eu que vou fazer os novos elefantes brancos chamados Ota e TGV.

Por isso, não me digam que estamos todos no mesmo barco. Não me falem em deveres colectivos. Estou farto de pagar pelos erros dos outros.

* Publicado no Correio da Manhã em 15.VIII.2007

Estado parasita

Pedro Arroja encontrou uma correlação entre o tamanho do Estado e o PIB. Parece que quanto maior o peso do Estado na economia maior é o PIB. Podem encontrar-se correlações idênticas noutras áreas. Por exemplo, na relação entre a massa de um hospedeiro e a massa total dos respectivos parasitas.



As espécies de hospedeiros com maior massa terão uma maior massa de parasitas. Um biólogo mais distraído até poderia concluir que o parasitismo faz crescer o hospedeiro. Mas há uma conclusão alternativa: hospedeiros grandes conseguem suportar mais e maiores parasitas.

Mais vale prevenir....

Compreende-se que Cavaco não goste da responsabilidade extracontratual do Estado e dos seus funcionários e agentes. Quiçá tal não se deverá ao facto de toda a legislação levar sempre a sua assinatura.
É que ainda poderia vir um engraçadinho que, após a condenação do Estado por causar prejuízo a um cidadão em virtude dessa legislação, viesse exercer o direito de regresso sobre aquele que a assinou....

O dilema de Cavaco

O Francisco causou um dano ao António.

O tribunal condenou o Francisco a pagar 10 000 euros ao António.

O Francisco pegou em 10 000 euros da Maria e pagou ao António.

O Francisco é pessoa de bem?

Que mal é que a Maria fez ao António?

Quem compensa a Maria?

25.8.07

Activismos.....

Dizem-me que o financiamento ilegal da Somague ao PSD é uma espécie de «desobediência civil», cujo objectivo seria «por a discussão do financiamento partidário» na ordem do dia.
Mais outro objectivo alcançado.....

Responsabilidade Civil do Estado

Passou quase despercebido o veto presidencial à Lei da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado. A nova lei visava regular a responsabilidade do Estado, das Regiões Autónomas e demais pessoas de direito público, pelos danos resultantes do exercício das funções política e legislativa, jurisdicional e administrativa.
A proposta vetada representava um enorme avanço no plano da tutela dos interesses dos cidadãos perante o Estado, permitindo o ressarcimento de danos que hoje em dia raramente são indemnizados (em particular os resultantes da função política e legislativa) ou são-no incipientemente através de acções instauradas no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (sobretudo, quanto aos últimos, os resultantes do exercício da função jurisdicional).
O veto presidencial é curioso, sobretudo se se tiver em conta que a Lei foi aprovada por unanimidade no parlamento – coisa rara nos tempos que correm, pelo que nenhum partido se pode regozijar com o veto.###
O principal argumento presidencial é o risco de agravamento substancial dos encargos financeiros da República. Quando o Estado indemniza alguém pelos danos que causa, a indemnização «é suportada, ao fim e ao cabo, pelos contribuintes», apesar de a lei prever o direito de regresso, isto é, a responsabilização pessoal, perante o Estado, dos titulares de órgãos, agentes ou funcionários directamente responsáveis pelos danos, que apenas não se aplicaria aos danos causados no exercício das funções política e legislativa.
O Presidente, consciente, talvez, da frequência com que o Estado causa danos aos cidadãos, teme também um entupimento ainda maior dos tribunais, pelo que pede aos deputados que «reponderem a repercussão das soluções constantes do diploma».
A aprovação de uma nova lei de responsabilidade civil do Estado vinha sendo adiada há longos anos, pelas mesmas razões que o Presidente utilizou agora para a vetar. Compreendendo-se os argumentos presidenciais, fica a dúvida: um Estado que não responde pelos danos que causa aos cidadãos pode considerar-se uma pessoa de bem?

Aos Sábados no DN

OS RISCOS DOS TRANSGÉNICOS

24.8.07

Vale a pena reagir

Foram repostos os Arquivos do Centro de Estudo de Pensamento Político, projecto da responsabilidade do Professor José Adelino Maltez, que por motivos ainda não aclarados tinha sido apagado da blogosfera na semana passada.
Os esforços do seu inspirador, aparentemente, foram coroados de êxito. Ausente dos blogues num breve interlúdio de férias, daqui mesmo envio um enorme abraço de solidariedade a José Adelino Maltez.

Sem Surpresa

O PS não tem dito grande coisa sobre esta história da Somague e do PSD, pois não?

Surpresas II

6 teorias:

  1. Todos os que são apanhados são corruptos, todos os que não são apanhados é porque são honestos.
  2. Todos os que são apanhados são corruptos, todos os que não são apanhados é porque são espertos.
  3. Todos os que não são apanhados tiveram sorte.
  4. Todos os que são apanhados são corruptos, todos os que não são apanhados é porque controlam a máquina judicial.
  5. Ser apanhado é sinal que se perdeu poder.
  6. Só as vítimas de ajustes de contas internos é que são apanhadas.

As Consequências do Aquecimento Global

Lista já publicada no Indy e no Range-o-Dente, original no Spiked-Online, da autor de John Brignell.

Ao rol devemos acrescentar a aumento de salinidade do Oceano Atlântico e a diminuição de salinidade do Oceano Atlântico.###

Agricultural land increase, Africa devastated, African aid threatened, air pressure changes, Alaska reshaped, allergies increase, Alps melting, Amazon a desert, American dream end, amphibians breeding earlier (or not), ancient forests dramatically changed, Antarctic grass flourishes, anxiety, algal blooms, Arctic bogs melt, Asthma, atmospheric defiance, atmospheric circulation modified, avalanches reduced, avalanches increased, bananas destroyed, bananas grow, bet for $10,000, better beer, big melt faster, billion dollar research projects, billions of deaths, bird distributions change, birds return early, blackbirds stop singing, blizzards, blue mussels return, boredom, Britain Siberian, British gardens change, bubonic plague, budget increases, building season extension, bushfires, business opportunities, business risks, butterflies move north, cardiac arrest, caterpillar biomass shift, challenges and opportunities, Cholera, civil unrest, cloud increase, cloud stripping, cod go south, cold climate creatures survive, cold spells (Australia), computer models, conferences, coral bleaching, coral reefs dying, coral reefs grow, coral reefs shrink , cold spells, cost of trillions, crumbling roads, buildings and sewage systems, cyclones (Australia), damages equivalent to $200 billion, Dengue hemorrhagic fever, dermatitis, desert advance, desert life threatened, desert retreat, destruction of the environment, diarrhoea, disappearance of coastal cities, diseases move north, Dolomites collapse, drought, drowning people, ducks and geese decline, dust bowl in the corn belt, early spring, earlier pollen season, Earth biodiversity crisis, Earth dying, Earth even hotter, Earth light dimming, Earth lopsided, Earth melting, Earth morbid fever, Earth on fast track, Earth past point of no return, Earth slowing down, Earth spinning out of control, Earth to explode, earth upside down, Earth wobbling, earthquakes, El Niño intensification, erosion, emerging infections, encephalitis, Europe simultaneously baking and freezing, evolution accelerating, expansion of university climate groups, extinctions (human, civilisation, logic, Inuit, smallest butterfly, cod, ladybirds, bats, pandas, pikas, polar bears, pigmy possums, gorillas, koalas, walrus, whales, frogs, toads, turtles, orang-utan, elephants, tigers, plants, salmon, trout, wild flowers, woodlice, penguins, a million species, half of all animal and plant species, less, not polar bears), experts muzzled, extreme changes to California, famine, farmers go under, figurehead sacked, fish catches drop, fish catches rise, fish stocks decline, five million illnesses, floods, Florida economic decline, food poisoning, food prices rise, food security threat (SA), footpath erosion, forest decline, forest expansion, frosts, fungi invasion, Garden of Eden wilts, genetic diversity decline, gene pools slashed, glacial retreat, glacial growth, glacier wrapped, global cooling, global dimming, glowing clouds, Gore omnipresence, grandstanding, grasslands wetter, Great Barrier Reef 95% dead, Great Lakes drop, greening of the North, Gulf Stream failure, habitat loss, Hantavirus pulmonary syndrome, harvest increase, harvest shrinkage, hay fever epidemic, hazardous waste sites breached, heat waves, hibernation ends too soon, hibernation ends too late, high court debates, human fertility reduced, human health improvement, human health risk, hurricanes, hydropower problems, hyperthermia deaths, ice sheet growth, ice sheet shrinkage, inclement weather, infrastructure failure (Canada), Inuit displacement, Inuit poisoned, Inuit suing, industry threatened, infectious diseases, insurance premium rises, invasion of midges, island disappears, islands sinking, itchier poison ivy, jellyfish explosion, Kew Gardens taxed, krill decline, lake and stream productivity decline, landslides, landslides of ice at 140 mph, lawsuits increase, lawsuit successful, lawyers’ income increased (surprise, surprise!), lightning related insurance claims, little response in the atmosphere, Lyme disease, Malaria, malnutrition, Maple syrup shortage, marine diseases, marine food chain decimated, marine dead zone, Meaching (end of the world), megacryometeors, Melanoma, methane emissions from plants, methane burps, melting permafrost, Middle Kingdom convulses, migration, migration difficult (birds), microbes to decompose soil carbon more rapidly, more bad air days, more research needed, mountain (Everest) shrinking, mountains break up, mountains taller, mudslides, next ice age, Nile delta damaged, no effect in India, nuclear plants bloom, oaks move north, ocean acidification, outdoor hockey threatened, oyster diseases, ozone loss, ozone repair slowed, ozone rise, Pacific dead zone, personal carbon rationing, pest outbreaks, pests increase, phenology shifts, plankton blooms, plankton destabilised, plankton loss, plant viruses, plants march north, polar bears aggressive, polar bears cannibalistic, polar bears drowning, polar bears starve, polar tours scrapped, psychosocial disturbances, railroad tracks deformed, rainfall increase, rainfall reduction, refugees, reindeer larger, release of ancient frozen viruses, resorts disappear, rice yields crash, rift on Capitol Hill, rioting and nuclear war, rivers raised, rivers dry up, rockfalls, rocky peaks crack apart, roof of the world a desert, Ross river disease, salinity reduction, salinity increase, Salmonella, salmon stronger, sea level rise, sea level rise faster, sex change, sharks booming, shrinking ponds, ski resorts threatened, slow death, smog, snowfall increase, snowfall reduction, societal collapse, songbirds change eating habits, sour grapes, spiders invade Scotland, squid population explosion, squirrels reproduce earlier, spectacular orchids, stormwater drains stressed, taxes, tectonic plate movement, terrorism, ticks move northward (Sweden), tides rise, tourism increase, trade winds weakened, tree beetle attacks, tree foliage increase (UK), tree growth slowed, trees could return to Antarctic, trees less colourful, trees more colourful, tropics expansion, tropopause raised, tsunamis, turtles lay earlier, UK Katrina, Venice flooded, volcanic eruptions, walrus pups orphaned, war, wars over water, water bills double, water supply unreliability, water scarcity (20% of increase), water stress, weather out of its mind, weather patterns awry, weeds, Western aid cancelled out, West Nile fever, whales move north, wheat yields crushed in Australia, white Christmas dream ends, wildfires, wind shift, wind reduced, wine - harm to Australian industry, wine industry damage (California), wine industry disaster (US), wine - more English, wine -German boon, wine - no more French , winters in Britain colder, wolves eat more moose, wolves eat less, workers laid off, World bankruptcy, World in crisis, Yellow fever