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30.4.07

Só o liberalismo


Esta posta do João Miranda lembrou-me os avisos de Hayek n' O Caminho da Servidão (texto sumário aqui e versão abreviada em cartoons aqui).

A similitude de soluções entre a esquerda estatista (peço perdão pela redundância) e a direita autoritária - anti-semitismos à parte, já que essas imbecilidades afligiam e afligem alguns pobres coitados de todas as ideologias e, sobretudo, de nenhuma - tornam patente que, hoje e sempre, só o liberalismo se opôs à privação da liberdade.

Mesmo quando esta intenção surgia embrulhada em desígnios côr-de -rosa, do tipo, "pleno emprego", "justiça social", "luta contra os grandes grupos económicos" ou "redistribuição fiscal", o resultado era sempre, sempre, sempre o mesmo: o aumento desmesurado do poder do Estado e a consequente diminuição da liberdade das pessoas, tornada bem de luxo, totalmente prescindível face ao fim supremo do cumprimento do Plano estatal.

11.4.07

Respostas singelas às 3 perguntas (mais uma insinuação) complicadíssimas do Rui

Questão prévia: «Para felicidade dos adversários da União Europeia, o Tratado Constitucional continua por ratificar...»
- Pode-se ser adversário da "constituição" giscardiana e continuar a apoiar a União Europeia - bem vistas as coisas, no actual panorama, mais do que nunca, quem quiser que o projecto europeu prossiga deve estar contra aquilo que se converteu no seu maior obstáculo: precisamente, a dita "constituição" que a Convenção de M. Giscard D'Estaing, em má hora, entendeu obrar...

Resposta: O simples facto das 3 perguntas do Rui se colocarem, manifesta bem a crise constitucional que a vertente giscardiana da União Europeia engendrou e não consegue resolver. O melhor seria dar o salto para outra dimensão da construção europeia. Parecem-me existir duas hipóteses:
a) Ou esboçar um novo Tratado, sóbrio e desafrancesado, que resolvesse simplesmente a questão institucional, sem pomposidades constitucionais nem requintes napoleónicos, proposta ainda hoje subscrita pela Holanda e que já tinha sido afirmada por Prodi;
b) Em alternativa, abandonar de vez o enorme erro político e jurídico que foi a Convenção, Giscard e quase tudo o que se fez a partir de Nice.

O pior de tudo, claro, seria fazer aquilo que o Rui parece preferir: persistir neste enorme erro que foi a "coisa giscardiana", ratificar às escondidas e fingir que se inventou uma nova forma de integração democrática. A médio prazo, não o duvido, seria fatal para a União Europeia.

Conclusão: é preciso salvar o projecto europeu dos europeístas-militantes-faça-se-a-União a-todo-o-custo-não-importa-como, que tanto mal estão a fazer à Europa...

6.3.07

Solidariedade Coerciva

Os homens que querem moldar o mundo, tiveram outra ideia. Mais um imposto, o 6471º de uma longa lista de maneiras de obrigar os cidadãos a pagar qualquer coisa que passe pelas cabeças iluminadas dos salvadores do planeta. Desta vez, a ideia é expropriar a solidariedade de quem viaja de avião. Para tratar da saúde das pessoas no terceiro mundo, querem 1 euro por viagem em turística e 4 para quem se atrever a viajar em executiva.

É sempre mais um imposto. Nunca se admite a hipótese de alterar as prioridades do estado, cortar em ‘a’ para aumentar em’b’. A metade do PIB que o estado já consome, nunca é suficiente. Enquanto houver idiotas há sempre novas ideias para sacar riqueza aos cidadãos.

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António Arnaut, ao que parece um dos ideólogos da coisa , estava contente, porque os partidos estão todos de acordo. Pudera. Quem se atreve a ficar de fora numa coisa destas? Imaginem as parangonas: “Partido X contra ajuda aos doentes com SIDA”. “Partido Y recusa solidariedade com crianças doentes em África”. Bolas.

Esta é uma medida fácil. Não custa nada ter bom coração com o dinheiro dos outros, até porque quem pagará a taxa de 4 euros ao deputado será o contribuinte, que assim aumentará a sua quota de felicidade ao ser solidário a dobrar.

Lá em casa, somos sócios da AMI. Voluntariamente, pagamos para uma entidade em que confiamos e que faz justamente aquilo que os nacionalizadores da solidariedade se propõem fazer coercivamente. Como não estou disposto a pagar a triplicar, se o estado opta pela coerção, acaba-se o altruísmo. Esta sistemática nacionalização da solidariedade por parte do estado social é sempre feita à custa da desresponsabilização da sociedade. Antigamente, quando alguém precisava de socorro, ajudava-se. Hoje, quando se vê alguém em dificuldades, clama-se pelo Estado, este Estado que sempre demonstra a sua incompetência na gestão dos recursos que colecta. Logo virá outro Arnaut exigir mais dinheiro e um dia, um político qualquer criará um instituto para gerir estes fundos.

Estas idiotices são um achado do politicamente correcto. Inventamos uma acção solidária, os outros pagam e o prestígio é nosso. Também quero. Tenho algumas ideias que são excelentes e demonstram que a solidariedade imposta aos outros pode ser expandida para lá das viagens de avião. Por exemplo:

1. Quem se fizer militante de um partido político paga um euro por mês para o combate à corrupção e 2 euros para a luta contra a pedofilia.
2. Por cada novo funcionário público, 10 euros para ajuda dos refugiados no Ruanda.
3. Quem entrar na Assembleia da República paga 4 euros para ajudar os portugueses que querem sair da Venezuela.
4. Por cada dia passado em Bruxelas, os portugueses pagarão 10 euros para ajuda dos órfãos dos atentados terroristas.
5. Em cada reunião de cada Grande Loja, 50 euros de cada pedreiro para ajudar à reconstrução de casas no leito do Zambeze.

Grandes ideias, não? Quem sabe, um dia, erguem-me uma estátua numa praça.

8.2.07

As Coisas Que se Fazem Em Nome do Ambiente

Al Gore vem conferenciar em Portugal sobre ambiente e, em nome da causa, facturará apenas uns míseros 175.000 euros. Aprecia-se o sacrifício de Gore.

Para que a mensagem do ex-futuro presidente americano atinja um número cada vez maior de cidadãos, com vista a expandir o conhecimento sobre a verdade do clima, a conferência será à porta fechada, sem a presença de jornalistas e reservada a um restrito grupo de notáveis.

Se houver conferência, Gore discursará sobre mudanças climáticas e aquecimento global. Se houver, porque a cidade de onde viaja Gore, Londres, enregelou e cobriu-se de neve, obrigando ao encerramento de alguns aeroportos.

Gore viaja no seu jacto privado e ambiciona convencer-nos sobre a necessidade de uma aposta firme nos transportes públicos em detrimento do transporte individual. A conferência será patrocinada por um fabricante de automóveis.

Para circular em Portugal, Gore exigiu um veículo híbrido. Um Civic de baixo consumo Prius de gama média/alta luxouso Lexus topo de gama.