Bem sei que "as aparências iludem".
Que "quem não deve, não teme" e, ainda mais do que isso, que as insinuações são muitas vezes caminho aberto para a maledicência (que é fácil, escorregadia e injusta)...
Mas também sei que "à mulher de César não basta sê-lo; também precisa de parecê-lo"...sobretudo, se falarmos do estado actual do Estado português!
Há, no fundo, aparências que, (sobretudo) na vida política e nos assuntos de Estado devem evitar-se, ainda que mais não sejam do que aparências!
Vem isto a propósito da monumental trapalhada ("implosão", como lhe chamou Miguel Sousa Tavares, no telejornal da TVI, de ontém: «o Estado implode por todo o lado»...) criada em torno da (não) colocação dos professores.
Fiquei a saber - nomedamente, através de notícia também fugidia, mas "dita com todas as letras", em horário nobre e, pelo menos, num canal da televisão generalista - que a tão tristemente conhecida COMPTA, S.A, tendo ganho o concurso público para a prestação do (péssimo) serviço ao M.E., era, contudo, uma empresa que tinha (tem?) no seu corpo accionista proeminentes figuras políticas, ligadas ao PSD. Ex-ministros e gestores de empresas/entidades/institutos/pessoas colectivas públicas, de nomeação política. Relativamente a alguns nominados, pelo que deles conheço, tenho a certeza de que nada de ilícito alguma vez terá norteado o seu comportamento; provavelmente, nem ocuparão os órgãos sociais dessa sociedade (a COMPTA); tratando-se de uma sociedade anónima, até será relativamente difícil sabermos se, porventura, ainda mantêm a titularidade de acções e interesses nessa empresa......
No entanto, a notícia ficou! A ligação estabeleceu-se! As coincidências (prováveis) transformaram-se já em dúvidas e suspeições. E lá voltamos nós à questão da credibilidade, da transparência, dos lóbies e das corporações de interesses...
Falando de política e do Estado, a "mulher de César" está sempre omnipresente!