A escolha do presidente dos Eua é naturalmente uma questão interna daquele país.
No entanto, devido a especiais circunstâncias históricas que tornam aquele país de tal forma influente em termos de política internacional, economia, conhecimento cientifico, influência cultural e poder militar, o resultado de tal votação não é de maneira nenhuma indiferente aos cidadãos do resto do mundo.
Em termos democráticos, entendo como perfeitamente legítimo que os demais países e respectivos cidadãos tentem influenciar os cidadãos americanos a votar num sentido que proteja os interesses e aspirações de determinados grupos de cidadãos de outros Estados. Afinal, todos estarão a tentar defender (desde que de forma legítima), os respectivos interesses, base em que se deverá fundamentar uma convivência democrática.
A política externa dos EUA, a meu ver e em termos históricos, é geralmente catastrófica, independentemente do partido que esteja no Governo. As diferenças entre os candidatos não são geralmente muito significativas. De uma forma geral, os EUA tem uma postura mais inteligente e interessante para o resto do mundo, quando adoptam claramente uma estratégia isolacionista. Intervindo externamente apenas em casos extremos e pontuais. Ou não interferindo de todo.
Perante os programas eleitorais (aqui e aqui) e no que concerne unicamente às diferenças a nível de política externa, entendo que não existem quaisquer diferenças substanciais entre os dois principais candidatos.
Da comparação dos textos, acho que Kerry é mais cauteloso, menos intervencionista, mais isolacionista. Neste sentido, já aqui disse que preferia que este candidato ganhasse as eleições em vez do actual presidente.
Dito isto, se fosse cidadão americano, votava Kerry? Não faço ideia, porque para os cidadãos americanos, a política externa não será propriamente o assunto mais importante (em nenhum país o é), mas sim as condições económicas, a segurança interna, as reformas dos principais serviços federais, os impostos. Enfim, tudo o que diz respeito à vida comum. Lá como cá.
E se Bush for eleito? Bem, o mundo não acaba. Aliás, julgo mesmo que será eleito, com uma boa margem. Tem as condições necessárias para isso a nível interno, nomeadamente devido ao fundamental perfil pessoal (e o cargo é pessoal) pois é mais determinado que Kerry (este varia uma bocadinho conforme as modas), o que dá segurança ao eleitor. Para além de que é raro um presidente não ser eleito. Carter era uma nódoa, e Bush pai, levado pela História, passou, em meia dúzia de meses, a alguém do passado, do tempo da Guerra Fria... Do ponto de vista interno, não vejo que Bush seja visto tão negativamente como aqueles dois ex-presidentes. Além de que estes foram derrotados por excelentes candidatos, dotados de forte personalidade e carisma. O que não me parece ser o caso de Kerry, cuja força se alicerça sobretudo nos eleitores anti-Bush.
No entanto, devido a especiais circunstâncias históricas que tornam aquele país de tal forma influente em termos de política internacional, economia, conhecimento cientifico, influência cultural e poder militar, o resultado de tal votação não é de maneira nenhuma indiferente aos cidadãos do resto do mundo.
Em termos democráticos, entendo como perfeitamente legítimo que os demais países e respectivos cidadãos tentem influenciar os cidadãos americanos a votar num sentido que proteja os interesses e aspirações de determinados grupos de cidadãos de outros Estados. Afinal, todos estarão a tentar defender (desde que de forma legítima), os respectivos interesses, base em que se deverá fundamentar uma convivência democrática.
A política externa dos EUA, a meu ver e em termos históricos, é geralmente catastrófica, independentemente do partido que esteja no Governo. As diferenças entre os candidatos não são geralmente muito significativas. De uma forma geral, os EUA tem uma postura mais inteligente e interessante para o resto do mundo, quando adoptam claramente uma estratégia isolacionista. Intervindo externamente apenas em casos extremos e pontuais. Ou não interferindo de todo.
Perante os programas eleitorais (aqui e aqui) e no que concerne unicamente às diferenças a nível de política externa, entendo que não existem quaisquer diferenças substanciais entre os dois principais candidatos.
Da comparação dos textos, acho que Kerry é mais cauteloso, menos intervencionista, mais isolacionista. Neste sentido, já aqui disse que preferia que este candidato ganhasse as eleições em vez do actual presidente.
Dito isto, se fosse cidadão americano, votava Kerry? Não faço ideia, porque para os cidadãos americanos, a política externa não será propriamente o assunto mais importante (em nenhum país o é), mas sim as condições económicas, a segurança interna, as reformas dos principais serviços federais, os impostos. Enfim, tudo o que diz respeito à vida comum. Lá como cá.
E se Bush for eleito? Bem, o mundo não acaba. Aliás, julgo mesmo que será eleito, com uma boa margem. Tem as condições necessárias para isso a nível interno, nomeadamente devido ao fundamental perfil pessoal (e o cargo é pessoal) pois é mais determinado que Kerry (este varia uma bocadinho conforme as modas), o que dá segurança ao eleitor. Para além de que é raro um presidente não ser eleito. Carter era uma nódoa, e Bush pai, levado pela História, passou, em meia dúzia de meses, a alguém do passado, do tempo da Guerra Fria... Do ponto de vista interno, não vejo que Bush seja visto tão negativamente como aqueles dois ex-presidentes. Além de que estes foram derrotados por excelentes candidatos, dotados de forte personalidade e carisma. O que não me parece ser o caso de Kerry, cuja força se alicerça sobretudo nos eleitores anti-Bush.