Decididamente, não existem concidências!
Na mesma semana em que caiu o governo Santana/Portas, no seguimento da demissão do ministro Chaves e do amuo institucional do presidente Sampaio, o Blasfémias arrisca-se, também, a «cair», depois da «Uma nota final» do AAA e da «Pausa sobre a pausa» do CAA.
Mas, não se quedam (palavra mais do que apropriada) por aqui as similitudes!
Tal como o governo da República, vítima de uma tenebrosa urdidura filo-capitalista, ligada a interesses da alta finança, também nós nos sentimos perscrutados por sórdidos grupos com origem e finalidades ainda por descobrir. Como o país, em franca recuperação económica, também por cá tudo estava a correr pelo melhor, com as visitas do sitemeter a aumentar, a opinião pública a reconhecer, finalmente, o nosso enorme talento e imenso génio. E, nesse contexto de prosperidade, helás!, eis que rebenta a crise! Tivessemos nós uma sólida maioria parlamentar que nos permitisse aprovar um orçamento de salvação nacional e outro galo cantaria . Assim, é inútil continuar.
Neste momento há que dizer, sem favor, que o Blasfémias foi (e é) um notável exemplo de qualidade intelectual e de liberdade de expressão. Escreveram-se e escrevem-se aqui coisas de grande qualidade, que certamente animaram o debate sobre a política e as ideias que em seu torno giram, com a maior liberdade de opinião que é possível conceber. Os que por aqui andamos há quase um ano, tivemos sempre e só por Alta Autoridade fiscalizadora as nossas consciências e as nossas convicções. Escrevemos o que nos apeteceu, quando apeteceu e sobre o que e quem nos apeteceu. Do contrário ninguém se poderá alguma vez queixar.
Sem soberba, porque fala quem não passou, ao longo de todo este tempo, de um simples ministro dos assuntos parlamentares (o nome próprio, mais uma «coincidência»), aqui se reuniu um grupo de excepção, que alguém apropriadamente classificou como «a melhor voz liberal da blogosfera». O que não é pouco, se considerarmos que de «vozes liberais», dentro e fora da blogosfera (mais fora do que dentro) o país não anda propriamente bem servido.
Mas, como tudo na vida, o que é bom tem um fim.
Por mim, que entre amigos não concebo a sobrevivência em clima de «perturbação institucional», abandono hoje e aqui a minha colaboração no governo Blasfemo. Pelo menos, até ao próximo dia 20 de Fevereiro, quando Portugal, renascido das cinzas, há-de retomar a normalidade governativa e a tranquilidade institucional (graças a Deus que, blasfemando uma última vez, foi o grande causador de tudo isto...). Nessa altura,. logo veremos se o regresso se fará em Aliança Democrática ou em listas separadas.
Os que por cá ficam, a Sara (a nossa Sara!), o LR, o PMF, o João Miranda, o Gabriel Silva e o CL, já sabem: ficam em governo de gestão, circunscritos aos actos mínimos da governação e sob a mais rigorosa vigiância democrática da opinião pública. Que, como sempre, os há-de reconhecer.
A bem da Nação!