3.12.04

CENÁRIO 3

a) Eleições em finais de Fevereiro, Sócrates arrasa nas sondagens, Santana lidera um PSD meio atordoado mas lutador, e o barómetro TSF dá 3% ao CDS que faz a campanha eleitoral mais visível da sua história;

b) O PS ganha com maioria relativa, o PSD perde cerca de 8% do eleitorado face ao resultado de Durão Barroso ficando a pouco mais de 4% dos socialistas. O CDS sobe o score e obtém quase 10%. O PCP sobe ligeiramente e o Bloco fica na mesma;

c) O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, indigita Sócrates para primeiro-ministro em meados de Março. Este, receoso de repetir a experiência minoritária de Guterres tenta um acordo parlamentar com os restantes partidos. Sem êxito. A crise arrasta-se. O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, apela à serenidade e ao sentido da responsabilidade colectiva;

d) Sócrates cede e inicia as conversações com o CDS. A delegação dos democrata-cristãos é chefiada por Telmo Correia e Anacoreta Correia - Paulo Portas mantém-se em prudente silêncio. A esquerda radical protesta. Santana tenta ironizar, mas sai-se mal;

e) Em Abril, o primeiro-ministro José Sócrates forma Governo de coligação com o CDS. Telmo Correia é ministro de Estado, Anacoreta (também) Correia das Obras Públicas, Lobo Xavier assume a pasta da Economia e Pires de Lima a da Justiça;

f) Santana e Louça usam as mesmas expressões verbais e imagens alegóricas idênticas para atacar o novo Governo. O PCP e os sindicatos protestam nas ruas. Sócrates afirma que a despenalização do aborto e a regionalização "não são prioridades". O Presidente, Dr. Jorge Sampaio, apela à serenidade;

g) Em Maio, no Congresso extraordinário do PSD, Santana Lopes declara-se candidato à Presidência da República. Paulo Portas afirma que o CDS "não apoiará qualquer candidato" e elogia a "personalidade moral e o carácter cristão" de António Guterres;

h) Em Setembro, depois de muitos silêncios tonitruantes, Cavaco Silva garante que "não está nos seus planos voltar à política activa". Na sua última comunicação ao país, o Presidente, Dr. Jorge Sampaio, envelhecido e cansado, apela à serenidade;

i) Em Janeiro de 2006 Guterres ganha a 1ª volta das presidenciais com maioria absoluta. Paulo Portas vai à festa. O país perde progressivamente lugares nos 25 da UE mas tudo se passa como se nada de especial acontecesse.