O Economist desta semana acha que a decisão da Comissão europeia de proibir a incorporação do gás natural na EDP é acertada, pois criaria um único grupo energético integrado no nosso país, diminuindo a concorrência no sector e prejudicando por isso os consumidores. Observa, porém, que não foi seguido idêntico critério em situações semelhantes na Alemanha e na França, insinuando que os monopólios só são proibidos quando se trata de pequenos países. No entanto, é de notar que no caso alemão existe mais do que um grupo energético e no caso francês a electricidade e o gás continuam separados, pelo que as situações não são coincidentes.
Algumas pessoas poderão ser tentadas a pensar que neste caso a Comissão favoreceu a França e a Alemanha e prejudicou Portugal. O que é falso. Quanto muito, a comissão favoreceu os portugueses, impedindo que estes sejam explorados por mais um monopólio promovido pelo estado. E prejudicou os franceses e os alemães ao permitir que estes sejam explorados por monopólios regionais.
Quem defende que este caso prova que Portugal não ganhou nada com a ida de Durão Barroso para Bruxelas está enganado. Em Portugal, o governo Barroso promovia monopólios de estado em Portugal. Em Bruxelas, a Comissão Barroso impede a formação de monopólios de estado em Portugal. E com um pouco de sorte o mesmo Barroso ainda vai lixar os franceses obrigando-os a viver sob este tipo de monopólios. Obrigado Dr Barroso.
Moral desta história: há quem seja lixado e ainda agradece e há quem proteste por não ser lixado. Masoquismos ...