1. Vicente Jorge Silva (VJS) diz que a votação do Orçamento para 2005, pela Assembleia da República, foi "um acontecimento inédito e anómalo que suscita as maiores dúvidas e perplexidades sobre a autenticidade democrática desse acto e as respectivas consequências políticas".
2. Além (e por causa) disso, entende também que tal "votação não deveria realizar-se e que os custos da dissolução da Assembleia da República deveriam ser assumidos frontalmente não só pelo Presidente da República como pelas forças políticas com representação parlamentar".
3. No entanto, justifica-se assim: "apesar das minhas fundadas razões de discordância política, considerei dever respeitar o compromisso de disciplina de voto com o partido de cujo grupo parlamentar faço parte, uma vez que não estão aqui em causa, para mim, questões essenciais de consciência moral".
Pergunta: o que é a consciência moral em questões políticas? Dito de outro modo, o que diz VJS em 2., e principalmente, em 1., será, para ele próprio, moralmente inócuo? Ou a aludida "autenticidade democrática" (a falta dela) algo de politicamente pouco importante?
