O Presidente da República é o único órgão de soberania eleito uninominalmente, mas num cenário de maioria parlamentar os seus poderes reduzem-se à chamada "bomba atómica" - e uma "bomba" é, por natureza, algo de muito instável, catastrófico até. Por sua vez, o 1º Ministro não é eleito directamente, mas o poder executivo está em si concentrado. Os deputados são, pelo seu lado, directamente sufragados, mas a sua candidatura depende dos directórios partidários, a quem cabe definir e ordenar as listas.
Resultado: o Parlamento nunca exerce verdadeiras funções de controlo e a maioria será uma mera caixa de ressonância do governo do qual, de facto, depende. Um deputado mais crítico verá a sua candidatura comprometida na eleição seguinte.
Um sistema assim só gera clientelismos.