O problema é não há um ciclo económico próprio, já que o nosso ciclo económico é, só e apenas, o externo, e não há porque não há políticas nem estratégias nem reformas... Enquanto houver muitos que pensem como o João Miranda aliás nunca vai haver, é mais prático rir quando os outros riem e chorar quando os outros choram (e assim a culpa é sempre dos outros, dos de fora) do que criar o nosso próprio microclima. Reformas para quê, aliás independência para quê !? O seu simples debate deprime, como diz o Dr. Portas... Não há pachorra.
1. Embora toda a gente seja pelas reformas, suspeito que a maior parte das pessoas tem em mente reformas que só contribuiriam para agravar os problemas da economia portuguesa;
2. Se Durão Barroso tivesse feito as reformas certas, milhares de funcionários públicos teriam sido despedidos. O desemprego seria ainda maior;
3. O desemprego que existe hoje só poderia ter sido evitado se o Eng. Guterres tivesse feito as reformas certas há 5 ou 6 anos;
4. Reformas implementadas hoje só terão efeitos no desemprego daqui a muitos anos;
5. Conceitos como «amortecer factores exôgenos», «ciclo económico próprio», «estratégias», «o nosso próprio microclima» e « independência para quê ?» fazem parte do programa reformista errado. Pressupõem uma economia tutelada por um estado paternalista e o problema da economia portuguesa é precisamente esse;
6. Mesmo que se façam as reformas certas, o desemprego sazonal é um facto da vida de qualquer economia aberta inserida num espaço económico de dimensões continentais em que a emissão da moeda é controlada por um banco central.
7. Muitos auto-intitulados reformistas tendem a aplaudir medidas de combate ao desemprego puramente paliativas e que vâo no sentido contrário às reformas que são necessárias.