Há quem defenda que o estado português deve favorecer empresas portuguesas porque dessa forma se favorece a economia portuguesa. Ora, isto não é verdade.
Em primeiro lugar, porque esse tipo de política favorece a corrupção e confusão entre o interesse público e o interesse dos privados. Os empreendimentos deixam de ser feitos por serem necessários e passam a ser feitos porque, apesar de serem desnecessários, supostamente favorecem a economia nacional. A economia sai prejudicada porque são penalizadas com impostos as empresas eficientes para beneficiar as ineficientes das clientelas do estado.
Em segundo lugar, mesmo quando os projectos públicos são necessários, a batota no concurso público tem os mesmos problemas que todo o proteccionismo. Os países que não fazem concursos públicos internacionais abdicam dos benefícios do comércio internacional, o que tem duas consequências: os respectivos cidadãos pagam mais impostos que os que seriam necessários e as respectivas empresas são desviadas para projectos para as quais não têm vantagens competitivas. Feitas as contas, aquilo que as empresas recebem a mais por serem desviadas para projectos mais rentáveis mas para as quais não têm vantagens competitivas não compensa aquilo que os cidadãos pagam a mais em impostos.
O resultado global é uma economia mais atrasada, desestruturada, mais pobre, pouco competitiva e com mais desemprego.