O argumento é conhecido: o petróleo está cada vez mais caro, logo o estado deve incentivar as energias alternativas.
Só que, quanto mais caro estiver o petróleo maiores são os lucros potenciais que um empreendedor pode ganhar se investir o seu dinheiro em energias alternativas.
Por isso, das duas uma, ou os lucros potenciais não são assim tão elevados, o que sugere que as energias alternativas afinal não são assim tão competitivas e que ainda é cedo para apostar nelas, ou os capitalistas não se deixam seduzir pelo lucro.
Mas se eles não se deixam seduzir por lucros suficientemente elevados, porque haveriam deixar-se seduzir por incentivos? Provavelmente porque dessa forma o risco de as coisas correrem mal é assumido por toda a sociedade e não por empresários individuais.
Mas será que é boa ideia que seja a toda a sociedade a assumir o risco de uma estratégia monolítica? Normalmente não é. Normalmente, a melhor forma de uma sociedade lidar com a incerteza é através de uma multiplicidade de estratégias, em que cada individuo ou grupo de individuos assume os respectivos riscos e não através de estratégias monolíticas em que todos são obrigados a assumir o mesmo risco.
