11.7.05

Café Blasfémias

Conversa que ouvi hoje ao almoço no Atrium Saldanha, em Lisboa:

- A menina foi ao Nicola?

- Fui sim. Foi o máximo. Tava lá toda a gente, menos o Paulinho.

- Esse, filhã, tá com o Rummie, nos States. Tá melhor que nós. Reza todos os dias! Agora é neo-conservador.

- Ai que sorte! Eu ainda só sou conservadorã. Ainda não mudei de look. E a menina vai ao Norte?

- Vou, vou. Aproveito, vou aos saldos comprar uns sapatos. Não imaginaaa, são baratíssimussss.

- Mas a menina é conservadora, que é que vai fai fazer lá no meio daqueles liberais fanáticos. Ainda por cima, naquela terra nem sequer há culturãaa. Aquilo é só super-dragões... Não me diga ... o Moita de Deus não lhe chega ...

- Não lhe digo nem lhe conto, filha, mas esse fala, fala, fala ... mas tarrachinhas, só quando o Benfica ganha! E a menina sabe, de dez em dez anos, não tá com nada. É por estas e por outras que deixei de ser crente...

- A menina já bebeu café?

- Não, não: agora não «bebo». Sou uma mulher do Norte: «tomo» café!

- Bora lá tomá café ao Guarani!

Meus amigos, o que está a dar,
é o Café Blafémias no Guarani.

Amanhã, nove e meia.

Caro Moita de Deus, seria uma honra contar com a tua presença evangélica. E com a dos restantes acidentais, conservadores, neo-conservadores, liberais praticantes ou não praticantes. Sociais-democratas, socialistas, comunistas e trotskistas estão também convidados.

Adenda: Anarquistas, juntem-se também.

Rodrigo Adão da Fonseca