Caro Irreflexões, a defesa de Campos e Cunha já tinha sido feita aqui.
Eu sei que isto é muito complicado, e que o hábito de fulanizar as críticas está entranhado na cultura política portuguesa. Mas seria útil que as pessoas se habituassem a criticar as leis e as instituições e não as pessoas. Ganhava-se mais e não se ficava com a impressão que a crítica se deve a ódios e invejas pessoais. Espera-se, utopicamente, que o sistema funcione graças às virtudes das pessoas que nele trabalham, apesar de serem as próprias regras do sistema a incentivar o vício.
Já passou mais de um mês desde o caso Campos e Cunha. Depois daquele chinfrim todo, o sistema de reformas do Banco de Portugal continua na mesma e ninguém diz nada. Ninguém está particularmente interessado no estabelecimento de regras claras que permitam, por um lado, que os melhores quadros se sintam atraídos por funções públicas, e que por outro os políticos não possam abusar do poder que têm para distribuir cargos pelos amigos.