"Mário Soares, um dos poucos "senadores" da política portuguesa e europeia, provavelmente com a bononomia que sempre o caracterizou e, sobretudo, com a impunidade dos seus muito bem conservados oitenta anos, surpreendeu-nos, hoje, com a sua estratégia anti-terrorista: o diálogo, "em alternativa ao uso da força, para perceber os objectivos da rede liderada por Osama bin Laden e combater o terrorismo"! De um modo muito cristão, salientou ainda, a este propósito, que "perceber o outro é fundamental".
Mas o ex-presidente da República não se ficou por aqu! Efectivamente, num forcing de ultra radical santidade cristã que talvez esteja mesmo para lá da redenção, ainda deixou cair, caridosa e displicentemente, algumas pérolas como: "se fosse necessário falar com Hitler para evitar um ano de guerra, valia a pena". Apetece dizer, volta Chamberlain, que estás perdoado! (...)"
Este texto foi escrito aqui, no Blasfémias, há cerca de 16 meses atrás, a propósito das reacções de Mário Soares ao atentado de 11 de Março, em Madrid (link já não disponível no arquivo da nossa "Torre do Tombo" - aqui, do lado direito).
Ora, na linha do que o CL muito bem observou, aqui, é caso para se dizer que, nesta matéria, Mário Soares é, seguramente, coerente.
Pena que a coerência, por si só, não seja tudo....por vezes vale muito pouco se significa persistência no erro!
Mais uma vez - com a devida vénia ao Nuno Guerreiro e ao CL - seria interessante que Mário Soares pudesse ler esta entrevista - e de preferência, 100 vezes, repetida e concentradamente, até decorar palavra por palavra, tal como fazem os fundamentalistas das Madrassas que ensinam o Corão às crianças muçulmanas!