Ouvi há pouco Mário Soares dizer, na TSF (não disponível on-line), que «era preciso tentar compreender o que está por trás do terrorismo». O jornalista, algo atónito, ainda lhe pergunta se poderá haver alguma justificação para acontecimentos como o desta manhã em Londres, ao que Soares respondeu «claro que sim, é a probreza que está por trás disto» (cito de cor).
Não consigo deixar de me espantar com declarações destas. Mesmo não sendo essa a intenção de Soares, «procurar justificações» aproxima-se demasiado e perigosamente de «desculpar» ou de «atenuar a culpa». A morte brutal de civis não pode ser desculpada. Nem sequer explicada ou compreendida, aliás. Mas, ainda que o pudesse ser, Mário Soares parece errar o alvo.
Recomendo vivamente a (re)leitura desta entrevista, bem lembrada pelo Nuno Guerreiro.