21.7.05
Inimigo Público nº 1
É cada vez mais óbvio que o ministro Mário Lino não faz a mínima se a OTA é viável ou não. Mas é também evidente que Mário Lino já tem uma opinião formada sobre o assunto e o que é preciso agora é justificá-la. O ministro pede-nos que acreditemos na sua convicção de que a OTA é viável, convicção formada com base em informações que o ministro não publica. É muito curioso que Vital Moreira, que tem defendido a OTA como se ela fosse uma solução óbvia e inevitável, parece basear as suas opiniões sobre o assunto na informação que o ministro selecciona para divulgar.
Em relação à OTA há uma série de perguntas a que ninguém respondeu satisfatoriamente:
1. Como é que o tráfego da Portela vai reagir a inovações como o TGV para Madrid e para o Porto (que pelos vistos também são para fazer) e às Low Costs?
2. Como é que o tráfego da Portela vai reagir aos preços futuros dos combustíveis?
3. A Portela vai ser desactivada?
4. Como é que o tráfego da Portela vai reagir à concorrência dos aeroportos espanhóis e aos de Porto e Faro?
5. Porque é que a combinação da Portela com um aeroporto secundário para low costs, carga e charter não é melhor que a OTA?
6. Porque é que a saturação da Portela haveria de justificar a construção de um aeroporto financeiramente ruinoso? Porque é que a Portela haveria de ser substituida a todo o custo? Porque é que Lisboa não pode ter um aeroporto com a capacidade limitada? O resto do país já se habituou a viver assim há anos.
7. Porque é que os aeroportos nacionais são monopólio de uma única empresa, a ANA?
8. No futuro será permitida a concorrência entre a OTA e os aeroportos de Porto e Faro?
9. Porque é que os estudos de viabilidade da OTA não estão publicados na internet?