Frankfurt é o grande Hub europeu, a placa giratória por excelência. Diz-se em jeito de metáfora que, para além de meia dúzia de banqueiros, ninguém vai a Frankfurt, mas todos por lá passam. Isto pode ser verdade no que concerne à cidade em si, mas não quanto à região envolvente. A área de influência do aeroporto, o seu mercado local, é algo de gigantesco: qualquer coisa como 35 milhões de pessoas, que residem num raio de 200 kms e representam 43% da população alemã. Refira-se que a área de influência da Ota não servirá mais de 3,5 milhões de pessoas... Frankfurt tem de facto uma situação geográfica única, não só face à Alemanha mas a todo o continente, equidistante dos seus extremos e a poder servir praticamente toda a população europeia num raio de 3 horas de voo.
Sendo embora o 3º aeroporto europeu em volume de passageiros, atrás de Londres/Heathrow e de Paris/Charles de Gaulle, é porém aquele que apresenta maior número e percentagem de passageiros em trânsito, os que utilizam o aeroporto para ligações de curta/longa distância. Estes, representaram em 2004 53% do tráfego total de Frankfurt, face a 42% em Amsterdam, 36% em Londres e 31% em Paris. Frankfurt só é ultrapassado neste indicador por Atlanta e Chicago, os maiores aeroportos e Hubs do mundo. De realçar porém que se está apenas a falar de ligações aéreas, mas em Frankfurt assume também especial relevância a inter-modalidade com a via férrea: cerca de 20% dos seus passageiros utilizam-na em viagens iniciais/finais com duração até 2 horas. Refira-se ainda que 42% dos seus passageiros utilizam as rotas intercontinentais, repartindo-se pela América do Norte (14%), Extremo Oriente (13%), Médio Oriente (5%), África (5%) e América Latina (5%). A esta repartição não é alheia, entre outras razões, o peso da Alemanha na estrutura do comércio internacional.
Em 2004 Frankfurt movimentou 51 milhões de passageiros, mas encontra-se actualmente no limiar da sua capacidade, estimada em 55 milhões. As suas actuais 3 pistas mostram-se insuficientes para a evolução prevista do tráfego, mas os seus 2 terminais também dão mostras de saturação. Está em curso um projecto para construção de uma 4ª pista e de um 3º terminal na parte sul prevendo-se que, em 2015, o aeroporto fique com capacidade para mais de 80 milhões de passageiros/ano. Londres/Heathrow denota igualmente saturação e já tem em construção um 5º terminal.
Mas, a existir porventura desvio de tráfego de Frankfurt ou de Londres, ele não será a favor de Lisboa, mas sim de Paris/Charles de Gaulle, de Amsterdam ou de Milan/Malpensa, os aeroportos com maiores folgas de capacidade, tendo os dois primeiros uma cobertura de rotas intercontinentais muito semelhante às dos seus grandes rivais. Entretanto a Lufthansa, a principal companhia a operar em Frankfurt, já começou a reagir ao défice de capacidade do aeroporto, tendo criado um 2º Hub em Munich e prepara-se eventualmente para criar um 3º em Zurich, caso consiga adquirir a falida Swiss.