19.3.06

churrasco popular

Os Drs. António Pires de Lima, Nuno Melo e Telmo Correia confessaram-se hoje espantados por Ribeiro e Castro ter convocado um Congresso Extraodinário do CDS para discutir a liderança do partido. Pires de Lima disse aos microfones da comunicação social que só tinha ido à reunião para ajudar a Direcção a lançar o partido e a «afirmar-se perante os portugueses» (sic), enquanto que Nuno Melo qualificou a decisão como «um disparate» e o revigorado Telmo Correia considerou não existirem quaisquer motivos que a justifiquem.
Este género de exercícios de hipocrisia política são extraordinariamente nocivos para quem os pratica e dão mau nome à política e aos políticos. No caso do CDS, não é necessário ser um génio ou um acutilante observador para perceber o ambiente de guerra aberta que existe entre o grupo parlamentar constituído por antigos dirigentes afectos a Paulo Portas e Ribeiro e Castro. Negar esta evidência que, de resto, nos tem entrado casa dentro quase todos os dias, é insinuar a estupidez das pessoas que têm assistido à balcanização do CDS desde as últimas eleições legislativas.
Coisa diferente é não ser, por enquanto, conveniente ao grupo de opositores de Ribeiro e Castro um Congresso extraordinário para discutir a liderança do partido a três anos das próximas eleições legislativas. Obviamente que seria muito mais interessante continuar a assar Ribeiro e Castro em lume brando nos próximos tempos, deixando-lhe a despesa de um longo e inevitável desgaste de oposição. Mas não é uma atitude séria. Melhor será que cada um assuma as suas responsabilidades - começando, desde logo, pelo próprio Ribeiro e Castro, que terá de decidir se quer continuar a ser líder em «part-time» ou a tempo inteiro - ou, em alternativa, vá tratar da vida para outro lado.