19.3.06

Da impunidade e da memória

AINDA A PROPÓSITO DO DEBATE EM TORNO DA ENERGIA NUCLEAR CONVÉM RECORDAR AQUI PARTE DO PROGRAMA do I Governo Constitucional o qual era chefiado por Mário Soares. De assinalar que a dependência energética de Portugal se mantém hoje como em 1976. Idênticos também são os efeitos das secas. E absolutamente imutável é a capacidade de Mário Soares não de mudar de opinião ? coisa que me parece sinal de inteligência -mas sim de negar os seus póprios actos e palavras.


PROGRAMA do I Governo Constitucional
2.3 - Energia
(...)
a) Situação:
Nestas condições, a situação de Portugal, como a de outros países europeus, é fortemente dependente da importação de petróleo bruto, cujo preço, após a chamada crise do petróleo em 1973, subiu cera de cinco vezes e meia. (...)
Daí que o peso desta importação na nos balança comercial e na balança de pagamentos aconselhe, como noutros países, que se poupe energia - fundamentalmente em usos supérfluos ou de conforto - e se busquem outras formas de energia. (...) No sector eléctrico por falta de oportunos ajustamentos tarifários, a situação é igualmente deficitária. Por outro lado, dois anos secos consecutivos agravaram fortemente os encargos de combustível do sector.
b) Medidas:
1. Nestas condições, as medidas de política para o sector deverão ser as seguintes:
- Aumentar a segurança do abastecimento energético diversificando as fontes de abastecimento do petróleo e melhorando as condições de compra por negociações bilaterais;
- Continuar a prospecção de petróleo em Portugal;
- Acelerar o aproveitamento dos recursos hidroeléctricos;
- Lançar um programa nuclear aproveitando o urânio nacional;
- Lançar um programa de investigação a médio prazo para o aproveitamento de outras fontes de energia (geotecnia nos Açores, sol, vento, marés);
2. Entretanto, serão continuados ou lançados novos projectos de investimento:
b) No sector eléctrico:
- Programa de novos centros produtores de energia incluindo:
- Centrais hidroeléctricas: Belver (ampliação), no Tejo; Pocinho, Valeira e Crestuma, no Douro; Aguieira, no Mondego; Alqueva, no Guadiana;
- Centrais térmicas: Carregado (conclusão); Barreiro; Setúbal;
- Estudo do lançamento do primeiro grupo nuclear;
- Ampliação da rede transporte em alta tensão;
- Ampliação da rede de distribuição (com electrificação rural).