28.5.04

AUTOCRACIAS - PARTE XXIV

Graças ao conselho amigo e avisado de alguns dos meus leitores, a propósito da minha anterior posta «Autocracias» (doravante denominada «Autocracias - Parte I», por razões evidentes), fui ao site da Câmara Municipal do Porto ler as referidas felicitações da edilidade ao FCP pela brilhante vitória na Liga dos Campeões, que me tinham escapado por razões incompreensíveis.
Confesso-vos que estava à espera de encontrar uma coisa anódina, meramente formal, cumpridora de uma obrigação de protocolo, enfim, de uma sensaboria. Qual quê! Contra as minhas expectativas, deparei-me com uma genuína manifestação de regozijo e de alegria, pela dimensão do acontecimento, claramente ao encontro do sentimento da cidade e até (com algum exagero populista e «anti-liberal» que bem me caracterizam) do país, numa altura em que a depressão nacional em que estamos mergulhados bem precisa de emoções positivas como esta (vd. a fantástica iniciativa «Portugal Positivo», essa sim a merecer o apoio, quiçá uns subsídiozinhos, dos poderes públicos).

Para que não restem mais dúvidas, com o meu público e vexado pedido de desculpas, aqui seguem, ipsis verbis, as referidas declarações:

«O Presidente da Câmara do Porto felicitou o FCP pela «memorável vitória» na Liga dos Campeões, um feito que milhares de pessoas puderam seguir a par e passo, e em directo, através das imagens do jogo projectadas no ecrã gigante (30 metros-quadrados), que a Câmara Municipal mandou instalar na Praça General Humberto Delgado.»