8.9.04

A DESISTÊNCIA



"A Câmara do Porto vai admitir 165 novos cantoneiros de limpeza, correspondendo assim à pretensão do vereador do Ambiente, Rui Sá [PCP], como forma de colmatar a falta de pessoal com que aqueles serviços têm vindo a debater-se, obrigando assim ao pagamento de um elevado volume de horas extraordinárias aos actuais trabalhadores. A decisão foi (...) anunciada por Rui Rio, que a justificou em nome da manutenção da «estabilidade governativa» do Executivo autárquico, perante a posição irredutível do vereador comunista, que afirmou recusar qualquer alternativa que passasse pela concessão daqueles serviços a empresas privadas."
in CMP

Está mal. Muito mal.
A "estabilidade governativa" não pode ser argumento. Só o seria se os cento e sessenta e cinco(!) cantoneiros terminassem os seus contratos no final do mandato. É que desta forma, a cidade, os contribuintes irão arcar com o encargo destes novos funcionários por várias dezenas de anos. A ineficiência irá prolongar-se muito para além do período de gestão da actual maioria (PSD/PP/PCP).

Há aqui uma clara demissão, uma grave desistência de RR.
Não deveria nunca ter medo de romper a actual coligação. A medida defendida por Rui Sá é contra a boa gestão e contra o programa eleitoral de RR. Logo, não deveria fazer cedências deste calibre. Rompia, ia para eleições antecipadas, se fosse o caso disso, expunha a sua argumentação ao eleitorado e este julgava e optava. Mas não cedia.
Desta forma perdemos todos nós.