A acção de propaganda organizada pela extrema-esquerda e que teve como elemento central a tentativa de trazer a Portugal o barco do aborto da Women on Waves poderá vir, a prazo, a custar caro aos defensores da descriminalização do aborto.
O documentário transmitido na Sic Notícias sobre a acção do barco do aborto na Polónia só veio reforçar a ideia de que estamos perante uma organização extremista, em cuja actuação uma lamentável arrogância se une ao mais profundo radicalismo ideológico. Desde uma jovem telefonista da Women on Waves, para quem abortar é como "cortar as unhas" (!) e que se revelou muito espantada pelo facto de haver pessoas inteligentes e educadas que se opõem ao aborto, até às sistemáticas provocações às autoridades polacas, ficou bem demonstrada a verdadeira natureza da organização em causa.
Para quem ainda tivesse dúvidas, este documentário sobre a actuação na Polónia da Women on Waves deverá ter deixado claro que a decisão do Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar de impedir a entrada do barco do aborto em águas portuguesas foi inteiramente apropriada e que a utilização de meios da Marinha é não só proporcional como também absolutamente necessária.
Como bem referiu Rodrigo Moita de Deus, caso tivesse optado por permitir a entrada do barco do aborto em águas nacionais, o Estado arricar-se-ia "seriamente a fazer figura de pateta durante quinze dias", isto para além de provavelmente amplificar significativamente (não tenhamos ilusões sobre o tratamento mediático que se verificaria nessa situação...) os efeitos propagandísticos da acção.