Continuando o raciocínio do João Miranda:
1. Se as auto-estradas forem de borla, os turistas que nos visitam de automóvel contribuem para o seu desgaste sem nada pagar. O contribuinte português estará a subsidiar as férias de estrangeiros em Portugal.
2. Se as auto-estradas forem de borla, as importações e exportações de Espanha através dos nossos portos transitarão em camiões TIR pelas nossas AEs, desgastando-as enormemente sem nada pagar. O contribuinte português estará a subsidiar o comércio externo espanhol.
3. Se as auto-estradas forem de borla, as pessoas tenderão a deslocar-se de automóvel para as zonas urbanas onde trabalham, passearão mais nelas ao fim de semana, utilizá-las-ão de forma indiscriminada como acontece com qualquer bem que nos é disponibilizado gratuitamente. As externalidades negativas serão múltiplas: no aumento dos custos de manutenção, no acréscimo de acidentes, no trânsito caótico nas urbes, infernizando a vida dos que lá vão e dos que lá estão.
4. Se as auto-estradas forem de borla, localidades e regiões que não têm acesso a elas, geralmente pobres, como Beja, Bragança ou Chaves, estarão também a pagar as auto-estradas do litoral, utilizadas por quem usufrui de muito maior poder de compra. Os pobres estarão a financiar os ricos.