19.12.04

O Estado paizinho

A transportadora aérea Portugália encontra-se em dificuldades financeiras.
O seu principal accionista, o BES não está interessado em manter aquele activo.
Solução apontada: a única outra empresa de transporte aéreo, a TAP, estuda a hipótese de adquirir a Portugália, entregando em parte o seu próprio capital ao BES.
Enfim, aparentemente, mais uma negociata, com prejuízo para os contribuintes e consumidores: uma empresa pública vai adquirir uma empresa falida, sem que se veja interesse comercial em tal operação, uma empresa falida vai manter-se em funcionamento, a concorrência interna nos transportes aéreos vai desaparecer, e aparentemente um grupo económico vai sair de um cenário difícil com uma posição reforçada num activo muito mais interessante, como é a TAP. Tudo com a ajudinha do Estado.
O Estado, que deveria unicamente assegurar a saudável concorrência, em defesa dos consumidores, joga aqui num triplo tabuleiro: como accionista único da Tap, como protector das empresas e grupos nacionais e como regulador do mercado de concorrência.