A esquerda portuguesa costuma responder às críticas ao sistema público com ataques ao sector privado. São os bancos que não arriscam, são os empresários que não inovam, ou que não têm uma educação formal, ou que não apostam no design.
O que eles não entendem é que, ao contrário do sector público, que sendo público é propriedade de todos e depende dos impostos de todos, o sector privado depende essencialmente dos seus clientes e só tem que agradar aos seus clientes. Críticas ao sector privado são inúteis porque as empresas não são como os políticos. Não vivem da bajulação dos jornais. Vivem dos seus clientes e os clientes dos bancos, a julgar pelos seus lucros, andam suficientemente satisfeitos. Mais, ao contrário do sector público, o sector privado não é um sector fechado. Está aberto a todos os empreendedores. Quem não está satisfeito com o sector privado que temos só tem uma coisa a fazer: meter as mãos à obra e fazer melhor.
Quem acha que a Banca não arrisca, deve reunir capitais e constituir uma sociedade de capital de risco. Quem acha que os empresários não inovam, deve inovar. Quem acha que não existem empresários com educação formal, deve tornar-se empresário. Quem acha que os empresários não apostam no design, deve apostar no design.