Lei da Gravitação Universal. O F é a intensidade da força entre dois corpos, m1 e m2 são as massas desses corpos, r é a distância entre os corpos e G é uma constante que valerá 6.6742 ± 0.0010 * 10-11 N m2 kg-2.
Mas o elemento mais importante desta fórmula é aquele 2 a vermelho. É que não é um '2' qualquer. Os empiritas nunca se preocuparam em determiná-lo até à quinta casa décimal porque até os empiristas perceberam que aquele '2' é especial. Aquele '2' é mesmo o número inteiro '2'. Mas só acreditou nisso quem quis porque o «número inteiro '2'» não é falsificável. Nenhuma experiência poderia alguma vez distinguir o «'2' número inteiro» de um 2.0000001 porque o «'2' número inteiro» é uma entidade metafísica. Os físicos que nunca duvidaram daquele '2' fizeram-no porque tinham uma teoria metafísica acerca do universo. Acreditavam que devia existir uma ordem oculta que se revelava através de um '2'.
Note-se que aquele '2' sofreu um tratamento diferente da constante G. A constante G, que tem um valor muito parecido com o do Défice Constâncio, foi determinada empiricamente e nunca ninguém colocou a hipótese de ela ser um número inteiro.
Um filósofo que olhe para isto tudo será tentado a pensar que o valor de G é acidental, enquanto que a lei da variação da força com o quadrado da distância é muito mais do que um acidente. Isto é, no conjunto dos universos possíveis, devemos esperar que existam muitos universos em que as forças variem com o quadrado da distância, mas muito poucos em que G é 6.67*10-11.
PS - Mais um post à atenção da Palmira.
PS 2 - Conclui-se que o nosso défice não é uma entidade metafísica, tendo causas bem próximas e bem reais.