"For we hold this truth to be self-evident: that those who love freedom must also want it for others."
T.G. Ash
"Free World" é uma obra publicada em 2004 pela editora Random House, New York (Allen Lane/Penguin Books no Reino Unido), da autoria de Timothy Garton Ash. A edição analisada é a 1ª edição norte-americana. "Free World" é um manifesto a favor de um mundo livre, livre, não apenas no sentido político da palavra, mas também, desde logo, livre da pobreza extrema, cuja erradicação o autor propõe que seja conseguida pela junção do aumento do free trade e do aumento da ajuda (pág. 221). Um mundo todo livre, passando por uma fase de transição de "post-West". A nossa análise da obra irá concentrar-se nos capítulos relativos à Europa, ou seja, os capítulos 2 e 6.
T.G.Ash acredita que, na sequência da queda do Muro de Berlim, as forças promotoras da união transatlântica se encontraram enfraquecidas, sendo esse fenómeno particularmente evidente em 2003, aquando da invasão do Iraque, ocasião na qual numerosas entidades europeias se apressaram a proclamar a Europa como "not-America".
O fenómeno não teria tido origem em 2003, podendo parte das suas raízes datar de 1940, ocasião na qual, na sequência do colapso militar da França, se teriam gerado uma série de movimentos com impacto nas tendências dos nossos dias: o "Euro-Gaullism", por um lado, e o "Euroatlanticism", por outro lado.
A existência de importantes diferenças entre os EUA e os países da UE, reconhecida pelo autor, não o impede, contudo, de identificar o que pensa ser um assinalável grau de heterogeneidade entre os modelos de estruturação política e económica dos países da UE - "The "European model" is a prescription presented as a description" (pág. 66) - mas, também, no interior dos próprios EUA.
As ligações transatlânticas entre EUA e UE teriam um forte componente político, com importantes papeis do Reino Unido, Espanha, Portugal, Irlanda e Polónia, mas também económico, não apenas no que respeita ao trade, mas também ao investimento, o qual teria atingido, no final do segundo milénio, um elevado patamar, em ambos os sentidos.
Constatando o processo de alargamento da esfera da liberdade na Europa, associada à UE, T.G. Ash propõe o alargamento desta, dentro de um prazo de 20 anos, a Bulgária, Roménia, Países Balcânicos, Turquia, Ucrânia, Bielorússia e Moldávia, propondo ainda o favorecimento da periferia próxima da UE através da abertura às trocas comerciais.
Para o autor, "Democracy, like European union, is not an end in itself. It is a means to higher ends" (pág. 226). Tais ends seriam a liberdade, o bom governo, leis justas, e lares felizes.
Como comentário, diríamos que "Free World" é uma obra muito bem escrita, clara, equilibrada e que aponta para alguns caminhos cujo objectivo - a expansão da Liberdade a todo o mundo - constituindo ainda, em alguma medida, um exercício de idealismo, não deixa de ser uma causa pela qual valerá a pena lutar.
José Pedro Lopes Nunes
T.G. Ash
"Free World" é uma obra publicada em 2004 pela editora Random House, New York (Allen Lane/Penguin Books no Reino Unido), da autoria de Timothy Garton Ash. A edição analisada é a 1ª edição norte-americana. "Free World" é um manifesto a favor de um mundo livre, livre, não apenas no sentido político da palavra, mas também, desde logo, livre da pobreza extrema, cuja erradicação o autor propõe que seja conseguida pela junção do aumento do free trade e do aumento da ajuda (pág. 221). Um mundo todo livre, passando por uma fase de transição de "post-West". A nossa análise da obra irá concentrar-se nos capítulos relativos à Europa, ou seja, os capítulos 2 e 6.
T.G.Ash acredita que, na sequência da queda do Muro de Berlim, as forças promotoras da união transatlântica se encontraram enfraquecidas, sendo esse fenómeno particularmente evidente em 2003, aquando da invasão do Iraque, ocasião na qual numerosas entidades europeias se apressaram a proclamar a Europa como "not-America".
O fenómeno não teria tido origem em 2003, podendo parte das suas raízes datar de 1940, ocasião na qual, na sequência do colapso militar da França, se teriam gerado uma série de movimentos com impacto nas tendências dos nossos dias: o "Euro-Gaullism", por um lado, e o "Euroatlanticism", por outro lado.
A existência de importantes diferenças entre os EUA e os países da UE, reconhecida pelo autor, não o impede, contudo, de identificar o que pensa ser um assinalável grau de heterogeneidade entre os modelos de estruturação política e económica dos países da UE - "The "European model" is a prescription presented as a description" (pág. 66) - mas, também, no interior dos próprios EUA.
As ligações transatlânticas entre EUA e UE teriam um forte componente político, com importantes papeis do Reino Unido, Espanha, Portugal, Irlanda e Polónia, mas também económico, não apenas no que respeita ao trade, mas também ao investimento, o qual teria atingido, no final do segundo milénio, um elevado patamar, em ambos os sentidos.
Constatando o processo de alargamento da esfera da liberdade na Europa, associada à UE, T.G. Ash propõe o alargamento desta, dentro de um prazo de 20 anos, a Bulgária, Roménia, Países Balcânicos, Turquia, Ucrânia, Bielorússia e Moldávia, propondo ainda o favorecimento da periferia próxima da UE através da abertura às trocas comerciais.
Para o autor, "Democracy, like European union, is not an end in itself. It is a means to higher ends" (pág. 226). Tais ends seriam a liberdade, o bom governo, leis justas, e lares felizes.
Como comentário, diríamos que "Free World" é uma obra muito bem escrita, clara, equilibrada e que aponta para alguns caminhos cujo objectivo - a expansão da Liberdade a todo o mundo - constituindo ainda, em alguma medida, um exercício de idealismo, não deixa de ser uma causa pela qual valerá a pena lutar.
José Pedro Lopes Nunes