Caro Carlos Loureiro:
(respondendo ponto a ponto)
1. Isso é um argumento tão formal que quase roça o falacioso - na verdade, a Convenção «elaborou um projecto» a que todos chamam Constituição Europeia ou Constituição Para a Europa. O que está à vista é que, como eu defendo, a "coisa" NÃO é uma Constituição (elabora-se esta "isto" sem se ter procedido a uma só votação na Convenção???).
2. Os actuais 2 Presidentes (Conselho e Comissão) não têm qualquer comparação com o esquema traçado na "coisa" pois, se esta passasse, o do Conselho deixaria de ser rotativo como é agora e, consequentemente, o seu grau de permanência iria rivalizar com o da Comissão.
3. A analogia com Portugal é absurda - o presidente da AR não tem qualquer importância política real. Só existem 2 situações com certas semelhanças:
a) O consulado duplo na república romana (não deu bom resultado);
b) E a Suiça (comparação impossível).
4. (risos) «A dupla maioria serve sobretudo para defender os países pequenos.» Evidentemente que não. Sobretudo quando está baseada na razão demográfica. O objectivo destas normas (são duas maiorias qualificadas diferentes mas ambas assentam no peso da população) é salvaguardar a predominância dos países maiores (mais populosos).
5. Nunca disse que o direito de veto tinha terminado, passou foi a ser uma excepção. Escrevi:«acabando o direito de veto em quase tudo, o que diminui a importância dos pequenos países».
6. Aqui tens razão. Acontece que estava a trabalhar com a publicação oficial da ?C?E mas o tal «método de avanço na construção da Europa que é astucioso mas sorrateiro, dissimulado mas hipócrita», por mim referido, fez com que depois da aprovação da "coisa" alterassem os números de artigos e o conteúdo de alguns, fintando, até, as publicações oficiais. Tenho o texto actual mas estava a ver o livrinho...
7. Não foi esta "coisa" que inaugurou este método de mau procedimento, apenas seguiu os exemplos anteriores. Mas um erro não deixa de o ser por já ter sido cometido antes. Dizer NÃO, agora, é uma excelente maneira dos burocratas de Bruxelas mudarem o seu modo de construir a Europa.
8. Depois de ler o Preâmbulo da "coisa" desconfio que ele pensa isso de si mesmo... Dizer NÃO é a melhor forma de nos livrarmos mais depressa destes políticos como Giscard, Chirac, Schroeder, Barroso e quejandos.