O euroliberal e o josé pronunciam-se favoravelmente face aos almoços grátis, o que significa que estarão dispostos a comê-los e/ou a pagá-los. Neste último caso, louve-se a atitude solidária, com a excepção do facto de, se bem entendo, não o pretenderem fazer directamente ao esfomeado, mas através de um intermediário - o Estado - o que só irá encarecer o almoço. Com a agravante de que, a existência de um "grossista" a oferecer almoços gratuitos, irá gerar uma procura infinitamente elástica. Ou seja, no limite todos se candidatarão a comer "à borla" e como o "grossista benfeitor" não é avaliado pela gestão rigorosa dos recursos mas pela maximização de "benefícios sociais" atribuídos, tenderá sempre a ajustar a oferta à procura crescente.
Só que, se ninguém paga os almoços, alguém terá de os confeccionar e ser pago por isso e os ingredientes terão de ser produzidos e adquiridos pelo seu justo valor. Mas assim deixariam de ser grátis. Poderia equacionar-se o recurso à escravatura (chinesa, já agora), mas se os escravos não ganham, pelo menos também almoçam e lá teríamos que lhes custear, no mínimo, uma gamela de arroz. Mundo cão este, em que é necessário produzir (leia-se, suportar custos) para se poder consumir.
No limite, a implementação generalizada de uma "política pública" de almoços grátis teria um sinistro epílogo - far-nos-ia morrer à fome!