A Democracia pode ser definida através de um conjunto de parâmetros, um dos quais será seguramente a escolha dos detentores do poder através do voto livre.
Quando a situação económica e social de um país não se encontra em evolução favorável, tal facto pode repercutir-se nas opções eleitorais de muitos cidadãos, os quais poderão querer "castigar" as pessoas a quem atribuem responsabilidade pelo estado de coisas.
Muito embora se possa defender que, num regime democrático, a responsabilidade é de todos, pode haver pessoas que pensem de forma diferente e atribuam a responsabilidade principal às faces visíveis do sistema político, ou seja, aos governantes e aos partidos políticos que os apoiam.
Nessas condições, pode surgir, com alguma importância, o "voto contra": contra os actuais e antigos governantes, contra os partidos políticos, contra a rede que sustenta, em cada momento, o poder.
O cidadão que pretende utilizar o "voto contra", poderá ter alguma reticência em transferir o seu voto de um para outro partido com ambições concretas de poder - poderá imaginar tratar-se de "mais do mesmo". Poderá preferir candidatos "independentes" ou candidatos que, encontrando-se embora ligados a um qualquer partido político, não sejam apoiados pela respectiva estrutura dirigente.
Sendo assim, não será importante, porventura, o tipo de eleição em causa (presidencial, legislativa, autárquica, etc.). De igual forma, para algumas pessoas, poderá não ser importante em quem e em quê se está, concretamente, a votar. É que, na referida e eventual perspectiva, pode não se saber em que é que se vota, mas pode saber-se muito bem contra o que se está a votar.
P.S. Tal como referido em texto anterior, a solução para este problema poderá passar pela alteração das regras políticas de forma a favorecer a possibilidade de os cidadãos transitarem de eleitores para eleitos: aumento da transparência, limitação de mandatos, falta de apego ao poder, entre outros aspectos.
José Pedro Lopes Nunes
Quando a situação económica e social de um país não se encontra em evolução favorável, tal facto pode repercutir-se nas opções eleitorais de muitos cidadãos, os quais poderão querer "castigar" as pessoas a quem atribuem responsabilidade pelo estado de coisas.
Muito embora se possa defender que, num regime democrático, a responsabilidade é de todos, pode haver pessoas que pensem de forma diferente e atribuam a responsabilidade principal às faces visíveis do sistema político, ou seja, aos governantes e aos partidos políticos que os apoiam.
Nessas condições, pode surgir, com alguma importância, o "voto contra": contra os actuais e antigos governantes, contra os partidos políticos, contra a rede que sustenta, em cada momento, o poder.
O cidadão que pretende utilizar o "voto contra", poderá ter alguma reticência em transferir o seu voto de um para outro partido com ambições concretas de poder - poderá imaginar tratar-se de "mais do mesmo". Poderá preferir candidatos "independentes" ou candidatos que, encontrando-se embora ligados a um qualquer partido político, não sejam apoiados pela respectiva estrutura dirigente.
Sendo assim, não será importante, porventura, o tipo de eleição em causa (presidencial, legislativa, autárquica, etc.). De igual forma, para algumas pessoas, poderá não ser importante em quem e em quê se está, concretamente, a votar. É que, na referida e eventual perspectiva, pode não se saber em que é que se vota, mas pode saber-se muito bem contra o que se está a votar.
P.S. Tal como referido em texto anterior, a solução para este problema poderá passar pela alteração das regras políticas de forma a favorecer a possibilidade de os cidadãos transitarem de eleitores para eleitos: aumento da transparência, limitação de mandatos, falta de apego ao poder, entre outros aspectos.
José Pedro Lopes Nunes