Correndo o risco de maçar os leitores, tomo a liberdade de sugerir nova leitura de um texto que poderá já ter sido lido.
Camas suplementares
Excerto de artigo publicado no Jornal "O Primeiro de Janeiro" em 11 de Maio de 2004:
"Quando não é possível fazer esperar os doentes, em virtude de estes necessitarem de cuidados inadiáveis, e uma vez excedida a lotação dos serviços, pode optar-se pela colocação das pessoas em camas suplementares.
As consequências relativas ao acesso às instalações sanitárias, ao espaço físico, à privacidade, bem como ao impacto psicológico sobre os doentes, são de ter em conta. O mesmo se dirá relativamente à qualidade dos serviços médicos e de enfermagem.
A solução para este problema passará pela transferência dos doentes em excesso para unidades que os possam acolher condignamente, no mesmo ou noutro hospital. Esta solução constitui uma exigência do respeito pela dignidade humana."
Ver também, em caso de interesse:
- O Estado e as suas incapacidades: lista de espera para cirurgia e camas suplementares nos hospitais. Capítulo 24 de "Folhas de Liberdade", O Espírito das Leis Editora, Lisboa, 2004, pág. 171-178 .
- O fim das camas suplementares nos hospitais. Um passo indispensável para a verdadeira humanização hospitalar. Arquivos de Medicina (Porto), 1998, vol. 12, pág. 54.
Deste último trabalho, a frase final:"Abordemos a humanização dos hospitais nesta perspectiva: a de exigir que desde que um hospital aceite um doente, lhe ponha à disposição uma cama minimamente condigna."
José Pedro Lopes Nunes