20.1.06

A MINHA DECLARAÇÃO DE VOTO

No Domingo vou votar porque sou republicano. Não quero deixar nas mãos do fado ou da (má) sorte a escolha do titular do mais alto órgão de soberania do meu país.
No Domingo vou votar Cavaco Silva.
Não porque me reconheça cabalmente naquilo que a sua candidatura defende - não sou social-democrata e nunca fui "cavaquista". Mas, em Democracia, é difícil, até desrazoável, pedir a qualquer eleitor uma identificação completa com uma proposta política.
Os demais candidatos, afinal, nunca o foram. Perderam-se em tricas de partidos, desbarataram toda a campanha em afrontas inconsequentes. Falaram sempre de si, dos seus interesses e dos seus partidos, esqueceram os problemas concretos das pessoas.

Cavaco Silva tem as qualidades pessoais e políticas essenciais para ser um excelente presidente da república. Tem a experiência, os conhecimentos e a personalidade, desejáveis. Foi - hoje é inegável - o melhor primeiro-ministro que Portugal conheceu desde o 25 de Abril.
Num momento de crise profunda, em que a identidade e o futuro do país são quotidianamente postos em causa, Cavaco Silva emerge bem acima da endémica mediania dos nossos políticos como alguém capaz de emprestar robustez e optimismo a esta nação demasiado acabrunhada.
Domingo vou votar Cavaco Silva porque estou farto de ver medíocres em lugares que nunca mereceram.
Domingo vou votar Cavaco Silva porque não quero que os homens e mulheres da próxima geração me acusem de não ter feito o que estava ao meu alcance para lhes melhorar um pouco o caminho.
(texto também publicado no Pulo do Lobo)