Pina Moura foi muito criticado por ser ao mesmo tempo presidente da Iberdrola e deputado. O Público até dedicou um editorial ao caso. Acontece que Pina de Moura e a Iberdrola não fazem menos que os seus concorrentes. Por exemplo, o presidente do maior accionista da EDP acumula o cargo com o cargo de Presidente da República. Note-se que a Iberdrola e a EDP são empresas que estão em concorrência uma com a outra. Note-se ainda que a pessoa que é Presidente da República tem obrigações de neutralidade para com todas as empresas que trabalham no mercado de energia, mas o presidente do maior accionista da EDP tem a obrigação de levar os concorrentes à falência. Há aqui um claro conflito de interesses. Esta situação de acumulação é vergonhosa. Ainda mais vergonhosa que aquela em que se encontra Pina de Moura. Mas é tida como normal. Será que a ética só se aplica às empresas espanholas mas não às portuguesas? Ou será que só se aplica às empresas privadas, mas não às públicas?
