4.12.06

Notícias do paraíso cubano

Da revista do Expresso:

Em Cuba o salário mínimo mensal é de oito euros; um médico, um engenheiro ou um professor universitário podem ganhar cerca de 17 euros, e um operário qualificado 13 euros. E Cuba é talvez o único país do mundo em que a caderneta de racionamento, instaurada depois do triunfo da revolução como forma equitativa de distribuição dos produtos básicos, a preços subsidiados, continua em vigor.

Pela caderneta, por mês um cubano recebe: 3,2 kg de arroz, 600 g de feijão, 2,2 kg de açúcar, 340 g de sal, 225 g de bolachas salgadas, 10 ovos, 225 ml de azeite, 100 g de café, 275 g de peixe, 250 g de picado de carne misturada com soja, 250 g de frango, um sabonete e um sabão cada dois meses, e mais alguns produtos. Às crianças até aos sete anos é-lhes garantido um litro de leite diário e 13 compotas. O preço total destes produtos é aproximadamente de 50 cêntimos.

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Mas a caderneta não dá para mais de 10 dias, e de modo incompleto. Em 1994 foram reabertos os mercados agro-pecuários, regidos pela lei da oferta e da procura, onde se pode adquirir livremente algumas carnes - de porco e carneiro - e outros alimentos. Mas estes produtos, vendidos por camponeses privados, têm preços muito elevados. 450 g de porco custam 80 cêntimos e 1 kg de tomate 70. Um ananás entre 30 e 50 cêntimos e um abacate 70 cêntimos. Uma laranja, 3 cêntimos e um quilo de cebolas, 80 cêntimos. Uma cabeça de alhos, 1 cêntimo.

Alguns artigos só se podem adquirir em moeda convertível, como é o caso do azeite (2 euros o litro, mas se for de oliveira pode chegar aos 12 euros), o puré de tomate (1 euro a lata, de qualidade média) e os artigos de higiene pessoal e limpeza (1 sabonete, 50 cêntimos; uma pasta de dentes, 2 euros; um quilo de detergente, 2 euros). Pela caderneta de racionamento, cada cubano recebe um pão de 80 g diariamente. O cacete, a preços livres, custa 3 cêntimos, uma fortuna tendo em conta os salários.