7.12.06

Oh, não é possível ... II

Apesar da retórica igualitarista, 30 anos após o 25 de Abril ainda é possível distinguir os antigos liceus das antigas escolas do ensino profissional. Ainda existem turmas para os filhos dos professores e para os melhores alunos em muitas escolas portuguesas. Ao contrário do que era regra nos anos 80, agora a classe média passou a preferir a escola privada à escola pública. As elites que tanto pugnam pelo ensino público preferem o privado. O próprio ministério reconheceu o falhanço e está a reintroduzir o ensino profissional no ensino público não se percebendo muito bem se por necessidade de facilitar ainda mais a vida aos alunos se por se ter finalmente percebido que esse é o ensino mais adequado a alunos com um determinado perfil.
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A verdade é que a retórica igualitarista prejudicou aqueles que pretendia ajudar. O ensino público possui um sistema de selecção interna que separa os alunos mais desfavorecidos dos restantes permitindo que lhes seja ministrado um ensino pouco exigente e totalmente desadequado às características dos alunos. Corre-se o risco de a mesma filosofia passar a ser aplicado ao ensino profissional, encarado em muitas escolas como um ensino de segunda qualidade e pouco exigente para onde vão os professores menos preparados.

E qual é a solução dos estatistas para este problema? Querem mais estado, mais dinheiro para os burocratas, mais controlo do sistema de ensino por parte daqueles que o foram destruindo. Mais igualitarismo desresponsabilizante, pois claro.