24.8.05

PORTUGAL, PAÍS NÃO-CIRCUNSCRITO

Para além do Dirigismo florestal que o João Miranda salientou, existe nesta tendência cíclica - que, agora, aparece liderada por António Vitorino no seu exercício marcelista semanal e tautologicamente repetida, hoje, pela desgraça intelectual que ocupa a presidência da república - um esforço enorme do Estado em sacudir a água do seu capote.
Colocar o problema nestes termos significa que se os incêndios lavram livremente, reacendem todas as manhãs de todos os Julhos/Agostos de todos os anos perante a incapacidade de todos os "agentes" envolvidos, a culpa só poderá ser dos privados.
Nunca, nem pensar em que as múltiplas entidades públicas e híbridas que se acotovelam desordenadamente nestas matérias (Governo e estruturas da administração indirecta, Autoridade Nacional contra os Incêndios, Protecção Civil, Serviço Nacional de Bombeiros Voluntários e outros, etc.) tenham alguma responsabilidade no que está a acontecer! Claro que não, tudo o que de mal se passa é culpa dos privados e o Estado - essa estrutura tão útil, séria, previdente e responsável - limita-se a encontrar soluções para as maldades que os particulares engendram...