Esta manhã, para grande vergonha minha, confesso, cometi uma infracão grave de trânsito. Estacionei em cima de um passeio, numa rua secundária da baixa da cidade do Porto.
Três minutos depois, voz amiga informa-me que o "reboque" se prepara para me separar do meu pequeno utilitário. Demoro trinta segundos a chegar ao local do crime. Já lá se encontrava o "autocolante" da praxe, na porta, o carro já tinha sido virado ao contrário (de trás para a frente, não de rodas para o ar, note-se) e seis, SEIS, funcionários zelosos, mais um reboque, preparavam-se para o inevitáel. A medo e ainda mais envergonhado, dirijo-me a um dos três senhores que tinham papel e caneta na mão, dizendo que o carro era meu. Sem delongas, sou informado que, se não quiser ver-me separado do meu utilitário tenho de desembolsar, na hora, cinquenta euros ("pode pagar em cheque"), a título de despesas de remoção e terei de pagar mais trinta, oportunamente: a coima que alguém me há-de enviar para casa. Pago. E penso: "que eficiência; ciquenta euros pelo trabalho de seis funcionários?"
Enquanto, com o livro de cheques mais leve, me afasto do local, penso naquele dia, no início desta mesma semana, em que demorei 50 minutos para percorrer uns míseros 800 metros, na mesma baixa, porque dois carros estacionados numa curva impediam a passagem dos autocarros articulados, obrigados a circular por ruas secundárias enquanto duram as eternas obras em torno do Hospital de Santo António, e os funcionários da divisão de trânsito, menos zelosos do que os "meus", esperavam que o reboque que trasnportou o primeiro carro ao depósito regressasse, para levar o segundo, através da fila que este causava...
Espero que este aumento súbito da produtividade dos funcionarios da CMP não esmoreça. A bem da fluidez do trânsito.