1. Actualmente o estado controla os conteúdos, o financiamento, a certificação e a prestação de serviços educativos.
2. As transferências das famílias para o estado através dos impostos impedem os pais de escolherem a escola para os seus filhos.
3. Os pais estão também impedidos de escolher os conteúdos educativos e as técnicas pedagógicas.
4. Os directores das escolas não têm meios nem autonomia para executarem o seu próprio projecto educativo. Não podem contratar nem despedir professores nem podem premiar os melhores professores em relação aos piores. Não podem obrigar os professores a executar tarefas extracurriculares que são do interesse da escola ou dos alunos.
5. Todos os detalhes do ensino são definidos pelos burocratas do ministério da educação. Os professores tendem a ignorar muitas dessas regras, e na maior parte dos casos ainda bem.
6. O ensino público é caro. As instalações são mal geridas e o pessoal é pessimamente gerido.
7. Uma parte significativa do corpo docente não dá aulas. Desses, uma parte tem horário zero e a outra foi destacada para universidades, sindicatos, associações, museus, sociedades, ordens e ministérios. A maior parte continuam a ser pagos pelo Ministério da Educação.
8. A antiguidade continua a ser o único critério para a progressão na carreira e a progressão na carreira é praticamente automática. Basta fazer uns curso de arraiolos de vez em quando.
9. Os conteúdos educativos e as técnicas pedagógicas são definidas centralmente, usualmente por burocratas politicamente motivados. Não existe nenhuma concorrência entre técnicas pedagógicas ou conteúdos educativos. É suposto que todos aprendam o mesmo da mesma maneira. Numa sociedade aberta e complexa em que o bem estar depende da divisão do trabalho e da extrema especialização esta triste uniformidade não pode dar bons resultados.
10. Em muitos aspectos, o objectivo do ensino público continua a ser (é cada vez mais?) a criação do bom cidadão, isto é, o zombie acrítico, ignorante e incapaz de raciocinar, mas que não cospe para o chão, faz reciclagem e tem opiniões politicamente correctas o aquecimento global, as chuvas ácidas e o buraco do ozono.
11. Há um conflito entre o estado certificador e o estado prestador de serviço. O estado prestador de serviços avalia-se a si próprio e por isso a certificação é aldrabada. A avaliação interna dos alunos realizada em cada escola não tem credibilidade e a externa é rara e pouco exigente.