21.9.04

O PROGRESSO NA VERSÃO DOS PODERES PÚBLICOS NACIONAIS

Entre o Porto e a Póvoa de Varzim existia uma ligação ferroviária. Demorava 1 hora a fazer trinta km, mas funcionava e era bastante utilizada.
Depois, o Estado entendeu que era melhor construir uma linha de Metro, mais moderno, confortável e com adaptações mais favoráveis aos utentes.
Como de costume, pondo "o carro à frente dos bois", os primeiros a sentirem o efeito nocivo desta ideia foram as populações - em Fevereiro de 2002 (e não de 2004, como hoje é publicado no Público) a linha foi encerrada e o transporte passou a fazer-se em autocarros de má qualidade.
Dois anos e meio depois a maior parte da extensão da linha está abandonada e sem trabalhos que se vejam.
Os autocarros são utilizados apenas por 3.200 pessoas diariamente - todos os outros preferem o carro ao corrosivo padecimento nas "carreiras".
Agora a empresa Metro do Porto (de que são accionistas os Municípios locais e o Estado) resolveu que o futuro transporte nessa linha será feito com as mesmas carruagens das linhas urbanas, com menos lugares sentados e exageradamente lentas.
O percurso Póvoa-Porto passará a ser feito em cerca de 1.20h (certamente daqui a 4 ou 5 anos) provavelmente de pé para a maior parte dos passageiros.

Resta-nos louvar os digníssimos servidores da Causa Pública sempre atentos às necessidades das populações e constantemente a utilizarem o dinheiro dos nossos impostos do modo que melhor corresponde aos interesses de todos.