Significativo a forma como se dá certas notícias.
Exemplo:
"Governo garante que vai apurar responsabilidades pelos atrasos no início do ano lectivo"
Mas o tom correcto do título deveria ser:
"Governo não sabe de quem é a responsabilidade" ou "Governo não sabe o que se passou".
É que no caso presente a responsabilidade directa é sempre do Governo. Mal se entende que este a vá "apurar"...
E não vale a pena tentar deitar a culpa para outros.
Acrescento:
A RTP, prossegue a sua veia de correia de trasmissão do Governo. De qualquer Governo:
"Mais de um milhão e meio de crianças, adolescentes e professores começam hoje a regressar às aulas, abrindo um ano lectivo que os sindicatos do sector da Educação consideram "o mais caótico de que há memória".
Repare-se: (1) a não factualidade e o tom superlativo em "mais de"; (2) a imagem global/próxima em "crianças, adolescente, professores"; (3) o afirmativo "começam"; (4) o reforço em "abrindo"; (4) a redução dos constestatarios, com má imagem perante a opinião pública, ao apenas "os sindicatos do sector"; (5) a utilização final da citação em itálico, retirando peso à factualidade. É um "dizem que"
Uns verdadeiros mestre-escolas na arte de manipular.