O princípio segundo o qual cada um deve ter direito àquilo que é seu é um bom princípio. Por isso, se um fulano tem direito a uma reforma porque trabalhou para ela, deve recebê-la. Se entretanto, o mesmo fulano arranja um novo emprego, deve ser pago pelo seu trabalho. Deve acumular a reforma, porque trabalhou para ela, com o salário, porque está a trabalhar para ele. O contrário é que é injusto. Quem defende que quem tem um salário não deve ter direito a uma reforma, ou vice-versa, está a defender que as pessoas não devem ter direito àquilo que é delas. Está a defender que um reformado que trabalha deve receber o mesmo que um que não trabalha. Está a defender que a lei deve desincentivar o trabalho.
Claro que o que acontece é que os críticos das acumulações sentem que as reformas não são justas. Mas nesse caso, que não se corrija um erro com outro. Se há por aí quem não mereça as reformas que recebe porque na verdade não trabalhou para elas, então deve ser mudada a lei de atribuição de reformas e não o princípio da acumulação.