7.6.05

Paguemos impostos, que é patriótico!...

Um dos sintomas da "bovinidade" reinante é a aceitação quase generalizada dos aumentos de impostos recentemente decretados pelo governo e a satisfação quase unânime pelo fim do sigilo fiscal, à mistura com as habituais indignações contra a evasão e fraude fiscais, os bancos, os ricos e por aí fora, erigidos estes e aceites por quase todos como os grandes e únicos culpados do descalabro orçamental. Poucos deduzem que isto é uma forma de fazer pagar o justo pelo pecador, pôr o esfomeado a sustentar o obeso que se recusa a fazer regime e nos tira cada vez mais para continuar a engordar.

São ridículas as medidas anunciadas para o corte da despesa, umas com efeitos apenas a longo prazo, a maioria a tresandar a demagogia e a incitar à nossa tradicional inveja e mesquinhez. Tudo para nos esquecermos que continuamos a engordar o "monstro".

Paulo Morais é muito claro sobre o que nos espera em artigo hoje publicado no DE, cuja leitura se recomenda. Tudo se resume nesta sua simples frase:

Se o objectivo do Governo é apresentar já no Orçamento de Estado de 2006 um valor de 4,8%, mas as anunciadas diminuições de despesa no aparelho de Estado "terão reduzido impacto até 2008", parece pois evidente que a redução do défice será conseguida de forma simples: tão só e apenas aumentando a receita fiscal, à custa dos já magros rendimentos dos pobres dos portugueses.

Vai sendo tempo de o contribuinte se revoltar...