13.6.05

Referendos

Terminou há cerca de meia hora, em Itália, o segundo e último dia de votação num referendo com quatro questões, que visava revogar uma Lei aprovada em 2004, que, entre outras coisas, estabelece a equivalência entre um óvulo fecundado e pessoa humana.
O referendo contém quatro questões (proibição de utilização de embriões e células estaminais para investigação, proibição de congelamento de embriões, equivalência entre embrião e pessoa humana e proibição da fecundação heteróloga, mesmo se um dos membros do casal for estéril). Os defensores do "SIM" (cuja vitória implicaria o fim das referidas proibições) temem que a Lei aprovada vise, a curto prazo, alterar a permissiva legislação italiana sobre o aborto. Com efeito, o princípio da equiparação entre embrião e pessoa humana parece colidir com as disposições da (bem mais antiga) Lei que permite o aborto.
Apesar da intensa campanha a favor do SIM, o referendo não deverá produzir quaisquer resultados, já que a constituição italiana exige uma participação superior a 50% dos eleitores, muito acima da participação esperada. Berlusconi, mesmo sem ter feito campanha aberta pelo "NÃO", sorri: «La capacità di mobilitazione della sinistra è sopravvalutata; la maggioranza del Paese è e rimane moderata», ou, dito de outra forma, calada.